A Moody's Investors Service rebaixou o rating de crédito do Brasil de Baa2 para Baa3. A perspectiva foi revisada de "negativa" para "estável". Com o rebaixamento da nota, o país mantém o grau de investimento, conferido a países considerados seguros para investir, mas com a nota mais baixa dentro da classificação, ou seja, no último patamar da escala, que garante ao país o selo de bom pagador da dívida.
Segundo nota da Moody's, os motivos para o rebaixamento da nota são a performance econômica abaixo do esperado, a tendência de crescimento dos gastos governamentais e a falta de consenso político sobre as reformas fiscais. Para a agência, esse conjunto de fatores “impedirá que as autoridades alcancem superávits primários altos suficientes para reverter a tendência de débito crescente neste ano e no próximo e desafiará sua habilidade de conseguir fazê-lo mais tarde”.
Na nota, a Moody's informou que, em relação às expectativas anteriores, o volume e capacidade de pagamento da dívida do país continuarão a se deteriorar em 2015 e 2016 a níveis piores do que o de outros países classificados no patamar Baa. “A Moody's espera que a crescente carga da dívida se estabilize apenas no fim desse governo”, diz o comunicado da agência de classificação.
De acordo com a Moody's, o Brasil tem pontos fortes que justificam a classificação em Baa3, ainda considerada grau de investimento. São a capacidade de suportar choques financeiros em razão das amplas reservas internacionais, o balanço patrimonial do governo com exposição relativamente limitada à dívida em moeda estrangeira e a títulos de dívida em poder de não residentes, se comparado a outros países, e uma economia grande e diversificada.
No fim de julho, a agência de classificação de risco Standard & Poor's já havia anunciado mudança da perspectiva da nota de crédito brasileira de estável para negativa.
Com Agência Estado
Com Agência Brasil