Brasília – A presidente Dilma Rousseff lamentou o tarifaço nas contas de luz dos brasileiros e anunciou ontem que o governo vai reduzir o valor das bandeiras vermelhas entre 15% a 20%. Hoje, a bandeira vermelha representa um acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts consumidos. Este valor deve ficar entre R$ 4,50 e R$ 5. Essa redução, contudo, mal será percebida pelos consumidores porque os reajustes nas tarifas, que ultrapassam 50%, continuarão pesando no bolso dos brasileiros.
“Se nós não tivéssemos construído termelétricas, nós teríamos tido um brutal racionamento e não tivemos racionamento porque, quando faltou água, a gente ligou as térmicas e, quando melhorou, a gente desligou. [...] E todo mundo sabe de uma coisa: entre faltar energia e ter energia, é melhor pagar um pouco mais para ter energia, porque o preço da falta é imenso”, destacou a presidente.
Dilma explicou que a medida será possível porque o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu desligar as usinas térmicas com custo acima de R$ 600 o megawatt/hora (MWh), na semana passada. Com o corte, as termelétricas mais caras do país deixaram de gerar 2 mil MW. “Isso vai permitir uma redução no custo da bandeira vermelha de 15% a 20%. Também é verdade que, se a gente não tivesse promovido redução de tarifas lá em 2013, as contas de luz hoje estariam mais altas.”
O ministro Eduardo Braga ressaltou que haverá um desconto na bandeira vermelha em setembro, mas não uma redução para a bandeira amarela porque o período ainda é seco. “Não temos a segurança para acionarmos a bandeira amarela. Em outubro e novembro faremos nova avaliação”, disse.
Segundo o ministro, com o desconto, que será definido até 28 deste mês, a bandeira vermelha de setembro cairá dos atuais R$ 5,50 por 100 kWh para R$ 5 ou até R$ 4,50. “O Brasil continua investindo em geração e transmissão de energia sem pausa e vamos chegar a 2018 com um sistema mais robusto, com custos declinantes e competitivos”, disse. A Aneel já marcou para amanhã, às 9h, a reunião extraordinária que vai abrir consulta pública para deliberar sobre a redução da bandeira vermelha.