Os auditores da Receita Federal deverão decretar greve a partir de sexta-feira. Nesta terça-feira, a categoria lotou o Congresso Nacional na tentativa de pressionar deputados na votação de um destaque que incluía os auditores na PEC 443, que atrela a remuneração de categorias como a dos Advogados Gerais da União (AGU) ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O destaque, no entanto, foi derrubado, e a categoria culpa o governo pela não aprovação da medida, que beneficiaria os auditores.
Diante da derrota no Congresso, foi convocada para a próxima sexta-feira uma assembleia geral dos auditores fiscais, que deve decidir pela greve em tempo indeterminado. Representantes da categoria estão reunidos com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, a pedido do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, mas a avaliação de auditores ouvidos pela reportagem é de que dificilmente a greve será evitada.
A paralisação pode tornar ainda mais difícil o esforço do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em aumentar a arrecadação de tributos. De braços cruzados, os auditores deixam desde tarefas como a cobrança de multas em atraso até o processamento do pagamento de tributos. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), o volume de autuações feito pelos auditores fiscais chega a R$ 12 bilhões por mês.
Desde o ano passado, a categoria vem fazendo manifestações pontuais pedindo reajustes e outros benefícios para a carreira, mas, diante do ajuste fiscal, o governo alega que as negociações têm de ser feitas em conjunto com o restante do Executivo.