Minas Gerais é considerado o estado com maior potencial para receber parte das quatro usinas nucleares projetadas pelo governo federal para construção até 2030. Minas cumpre os requisitos básicos para receber as próximas plantas, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que conversou, ontem, com empresários na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) em Belo Horizonte. Outro forte candidato é o Espírito Santo. Apesar de não confirmar as localidades mineiras, duas regiões já estudadas pelo governo federal para abrigar eeses empreendimentos são as bacias dos rios Grande e São Francisco.
O primeiro requisito é estar localizado no Sudeste, região que concentra a maior demanda por energia elétrica, o que elimina a necessidade da construção de extensas linhas de transmissão para conectar o sistema. Outro fator ligado à segurança operacional é a disponibilidade de água. “Minas é um dos estados que têm muito boas condições para receber uma nuclear. Dos estados é o que têm melhores condições no Brasil”, disse Tolmasquim durante o seminário A energia no Brasil e os desafios para o crescimento, organizado pela Fiemg.
Além das quatro usinas previstas pelo Ministério de Minas e Energia para 2030, outras oito nucleares fazem parte do planejamento de longo prazo até 2050. A busca por outros modelos energéticos se dá por causa do esgotamento do potencial hidrelétrico nas próximas duas décadas. Isso se justifica pelo fato de que 59% do potencial hídrico passível de aproveitamento estão localizados na Amazônia. Tolmasquim, no entanto, vê margem para dobrar o uso dos recursos hídricos.
alternativa Diante desse cenário, o governo tem priorizado outras modalidades de geração de energia, como a eólica. A expectativa é dobrar o uso do sistema até 2018, com investimento na construção de 4 mil a 6 mil megawatts em usinas no Nordeste durante o Programa de Investimento em Energia Elétrica anunciado pelo governo federal na terça-feira.
Apesar de todos os investimentos em energia eólica serem projetados para o Nordeste, Minas Gerais também é diretamente beneficiado. A explicação é que as linhas de transmissão construídas para interligar a o sistema vão passar pelo estado, o que garante aos mineiros o fornecimento de outro tipo de energia em caso de déficits de outros sistemas.
“Toda energia que sai do Nordeste para o Sudeste passa por Minas. É o grande beneficiado pelo excedente de energia eólica do Nordeste. O estado passa a ter o maior nível de segurança do Brasil por causa da questão geográfica. Fica com um sistema muito robusto por estar no meio do caminho”, afirma o presidente da EPE, ressaltando que também haverá ligação de Minas com a usina de Belo Monte. Até 2017, 800 quilômetros de linhas de transmissão vão conectar municípios mineiros aos estados nordestinos. A possível construção de usinas nucleares reforçaria ainda mais o sistema.
FONTE NUCLEAR À VISTA