Pelo quarto mês consecutivo, a arrecadação voltou a cair. A receita com o pagamento de impostos e contribuições federais somou R$ 104,86 bilhões, queda real de 3,13% na comparação com julho do ano passado. É o pior desempenho para o mês desde 2010. Em meio à crise econômica, as empresas reduziram o pagamento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) em R$ 12,58 bilhões, queda real de 9,51%.
A queda na arrecadação de tributos é um dos entraves que forçou a equipe econômica do governo federal a revisar a meta de superávit primário deste ano de 1,19% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Nem mesmo as medidas adotadas pelo Palácio do Planalto nos primeiros meses da gestão de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda conseguiram salvar a arrecadação da União. O aumento da Cide sobre combustíveis, por exemplo, contribuiu para o resultado melhorar em R$ 988 milhões no acumulado do ano. Em igual período do ano passado, apenas R$ 6 milhões foram arrecadados com o imposto.
Pé no freio O recuo da arrecadação federal é reflexo da forte freada da economia. No primeiro semestre, o setor de serviços, registrou crescimento nominal de 2,3%. Em junho, registrou crescimento de 2,1%, a menor taxa para o mês desde o início da série histórica em 2012. Em Minas Gerais, o avanço foi menor, de 1,7% ante junho do ano passado.
Entre os cinco grupos pesquisados, em apenas um houve recuo no primeiro semestre em comparação com igual período do ano passado. O setor de serviços de informação e comunicação teve queda de 0,2%. O resultado é reflexo da elevada base comparativa registrada no ano anterior devido à Copa do Mundo, o que impulsionou o subgrupo audiovisuais, de edição e agências de notícias, segundo o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha. Os demais apresentaram alta – administrativos (6% entre janeiro e junho), transportes (2,6%), serviços prestados às famílias (3%) e outros (0,5%).
Apesar da alta no primeiro semestre, o segmento de serviços prestados às famílias manteve-se estável em junho. Segundo análise do IBGE, a redução do poder aquisitivo da população ocupada é um dos fatores que contribuem para a atual situação. O rendimento médio real habitual teve queda de 2,9% em junho sobre igual mês do ano passado. A união de inflação e juros elevados e crescimento do desemprego contribuem para reduzir o consumo das famílias.