O emprego na indústria recuou 1% na passagem de maio para junho, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira. É a sexta queda consecutiva nessa base de comparação. Com o resultado, o emprego industrial acumula recuos de 5,2% no ano e de 4,6% em 12 meses.
Já na comparação com junho de 2014, o emprego industrial apontou queda de 6,3% em junho deste ano, mais intensa desde agosto de 2009 (-6,4%). Trata-se do 45º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No segundo trimestre houve recuo de 2,4% na comparação com o resultado do primeiro trimestre do ano. Já na comparação com o trimestre de abril a junho de 2014 o emprego industrial caiu 5,8%.
Segundo o IBGE, em junho, na comparação com o mesmo período de 2014, o contingente de trabalhadores recuou nos 18 ramos pesquisados, com destaques para as pressões negativas vindas de meios de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-13,9%), produtos de metal (-11,8%), máquinas e equipamentos (-8,9%), alimentos e bebidas (-3,0%), vestuário (-6,7%), outros produtos da indústria de transformação (-9,3%), calçados e couro (-7,8%), borracha e plástico (-4,9%), metalurgia básica (-7,3%), papel e gráfica (-4,0%) minerais não-metálicos (-3,1%) produtos têxteis (-3,8%) e indústrias extrativas (-5,3%).
Horas pagas
O número de horas pagas pela indústria recuou 0,6% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. Em relação a junho de 2014 a redução no indicador foi de 6,3%, a 25ª taxa negativa seguida nesse tipo de comparação.
Na comparação com junho do ano passado 17 dos 18 ramos pesquisados apontaram redução. As principais influências negativas vieram de meios de transporte (-11,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,5%), produtos de metal (-11,6%), máquinas e equipamentos (-8,4%), outros produtos da indústria de transformação (-10,1%), alimentos e bebidas (-2,0%), borracha e plástico (-6,9%), vestuário (-6,0%), calçados e couro (-8,8%), metalurgia básica (-9,0%), papel e gráfica (-5,0%), refino de petróleo e produção de álcool (-9,0%) e minerais não-metálicos (-3,3%). Por outro lado, o setor de produtos químicos, com variação de 0,4%, assinalou a única influência positiva nesse mês.
Na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior o número de horas pagas na indústria mostrou recuo de 2,5% no período abril-junho de 2015, oitava taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desta sequência, acumulando nesse período perda de 10,0%. O número de horas pagas recuou 6,3% no fechamento do segundo trimestre de 2015, ante abril a junho do ano passado.
Com o resultado anunciado hoje, o número de horas pagas na indústria acumula queda de 5,8% no ano e recuo de 5,3% em 12 meses.
Folha de pagamento
Após dois meses consecutivos de queda, o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria reagiu e avançou 1,3% em junho ante maio.
Com o resultado, o índice acumula queda de 6,1% no ano (janeiro a junho) e redução de 4,7% em 12 meses. Na comparação em 12 meses, é o resultado negativo mais intenso desde novembro de 2003, quando o valor real da folha de pagamento da indústria acumulava retração de 5,0%.
Em relação a junho de 2014, a folha de pagamento real diminuiu 7,1% em junho deste ano, a 13ª taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto.
Nesta base de comparação, houve perdas em quinze dos dezoito ramos investigados, com destaque para meios de transporte (-17,4%), alimentos e bebidas (-6,3%), máquinas e equipamentos (-10,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,7%), metalurgia básica (-13,5%), borracha e plástico (-11,4%), produtos de metal (-11,9%), produtos químicos (-4,3%), outros produtos da indústria de transformação (-8,7%), calçados e couro (-8,4%), minerais não-metálicos (-3,3%) e produtos têxteis (-3,6%).
Por outro lado, indústrias extrativas (18,2%) e refino de petróleo e produção de álcool (15,9%) deram as principais contribuições positivas no total da indústria - ambas influenciadas pelo pagamento de participação nos lucros e resultados em uma importante empresa desses setores.
No segundo trimestre do ano, o valor real da folha registrou queda de 3,2% ante os três primeiros meses do ano, quinta taxa negativa nessa base de comparação. Em relação ao trimestre de abril a junho de 2014, houve recuo de 7,5% neste segundo trimestre.