Metalúrgicos da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no interior paulista, inciaram greve por tempo indeterminado em protesto contra demissões. A decisão foi tomada em assembleia, na manhã de hoje, depois que alguns empregados receberam telegramas comunicando que estavam dispensados.
Na semana passada, fracassou a tentativa de acordo em torno do Programa de Proteção ao Emprego, que prevê redução de salários com a diminuição da jornada de trabalho. Os trabalhadores resolveram aderir ao programa, mas a situação atingiu um impasse. A empresa alegou que a alternativa não seria suficiente para contornar os problemas de ociosidade que levaram a um excedente de 2 mil trabalhadores, em função do desaquecimento do mercado interno.
Segundo a montadora, as vendas de caminhões caíram quase a metade no acumulado do ano, em 45%, e a de ônibus em torno de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, alega que “não existe nenhuma previsão de recuperação no próximo ano”. A Mercedes explicou que até o momento tem procurado assumir os custos com o pessoal excedente, exemplificando que por mais de um ano e meio recorreu ao sistema lay-off. Por esse sistema, o empregado fica afastado recebendo os salários, que são pagos meio a meio pela empresa e o governo federal com os repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, disse que a paralisação “será um processo forte de luta e mobilização, até que a empresa revogue a decisão e todos os companheiros voltem a trabalhar”, conforme nota divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.