Rio, 29 - Após meses de discussão, a Petrobras e a Sete Brasil chegaram a um acordo e devem assinar, na próxima semana, o contrato de aquisição de sondas que serão usadas pela estatal para a exploração do pré-sal. O acerto foi alinhavado ontem em uma reunião entre o presidente da Petrobras, Aldemir Bendini, e os principais sócios da Sete Brasil na sede da petroleira em São Paulo. Concluída essa etapa, os sócios podem se debruçar agora no plano de reestruturação da companhia. Uma solução para a empresa é tida como vital para estancar a crise nos estaleiros.
Segundo fontes, o acordo prevê a construção de 19 sondas. Desse total, 15 unidades serão feitas pela Sete Brasil e outras quatro por um grupo japonês liderado pela Kawasaki. Inicialmente, o projeto, que precisou ser readequado, era para a construção de 28 sondas de perfuração em águas ultraprofundas.
Foi definido ainda que a Sete Brasil vai operar cinco sondas, o que era um dos pontos de divergência entre as duas empresas. Com problemas de caixa, a Sete Brasil brigava para operar sete sondas e, com isso, aumentar suas receitas com a administração das unidades, mas acabou tendo que ceder neste ponto. O valor do afretamento das sondas será mantido conforme o contrato anterior, em torno de US$ 450 mil por dia.
As outras dez sondas feitas pela companhia poderão ficar com outro operador. Segundo fontes, um dos avanços alcançados no encontro de ontem foi a possibilidade de esse bloco de dez sondas ficar com um único grupo, o que tornaria mais fácil a busca por grupo interessado.
Na reunião, também foi estabelecido que a Petrobras terá uma participação mais ativa no plano da companhia. A Sete Brasil, que tem a estatal como acionista minoritária, foi criada para ser proprietária de plataformas flutuantes de perfuração do pré-sal. Entre os outros sócios estão os fundos de pensão Petros (dos funcionários da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica) e Valia (da Vale), além dos bancos Santander e BTG Pactual.