São Paulo, 01 - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) atingiu a marca de 9,73% no acumulado de 12 meses até agosto, o maior patamar da série histórica iniciada em 2003. A informação foi dada nesta terça-feira, 1, por Paulo Picchetti, coordenador do índice e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), ao comentar a taxa de 0,22% de agosto, divulgada pela manhã. O patamar do mês passado é bem superior ao de 0,10% de agosto de 2014.
"Este foi o pico em 12 meses. A partir de setembro, deve começar a desacelerar", disse Picchetti. Isso porque a taxa esperada por ele para este mês, de 0,30%, é menor do que a inflação do mesmo mês de 2014, de 0,49%.
Na abertura do IPC-S, os números também são expressivos. Os preços administrados em 12 meses têm alta de 30,59% e os de serviços, de 15,10%.
Estimativas
Picchetti disse que a sua estimativa para o índice no fechamento de setembro é de 0,30%. O IPC-S de agosto (de 0,22%) ficou bem mais baixo do que a taxa de 0,53% em julho. O resultado do mês passado ficou próximo à previsão do coordenador, de 0,20%.
Segundo Picchetti, após um primeiro semestre de forte pressão, a inflação agora parece estar retomando seu patamar de normalidade. "O resultado do mês passado está mais em conformidade com o padrão para agosto. Ficou mais evidente que a história da inflação este ano ficou no primeiro semestre", disse.
"Daqui em diante, a trajetória será mais benigna", avaliou, pois a inflação deve sentir com mais força o impacto da política monetária apertada e da piora do mercado de trabalho e recuo da renda.
Nos cálculos do coordenador, o IPC-S deve registrar, na média, variações entre 0,30% e 0,35% nos meses restantes do ano, o que está em linha com sua projeção de 8,60% para o índice no fechamento de 2015. "O único senão é o câmbio, que coloca risco", alertou. Ao mesmo tempo, Picchetti ponderou que o repasse do dólar alto para os preços hoje é bem menor do que no passado, em função da fraqueza da atividade.