Rio, 01 - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 0,9% em agosto ante julho, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se da sétima queda consecutiva no índice, que, aos 82,2 pontos, está no menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2011.
A deterioração nas percepções correntes, com queda de 2,5% na passagem do mês, foi a principal razão por trás da menor confiança dos empresários, apontou a entidade. A avaliação sobre a situação da economia é o fator mais negativo. Ao todo, 93,7% dos entrevistados acreditam que a economia está pior do que em igual período do ano passado. "A decepção por parte dos comerciantes se alinha à evolução da economia brasileira nos últimos meses", diz a CNC em nota.
As expectativas, por sua vez, recuaram 0,2% em agosto ante julho, com piora nas perspectivas para o setor, mas melhora nas avaliações sobre o futuro da economia (+4,1%). Apesar disso, as expectativas para a economia ainda são piores do que em agosto do ano passado (queda de 20,4% no período). "Esses resultados sugerem a ausência de qualquer possibilidade de recuperação do setor no curto prazo, prorrogando o atual cenário de retração, no qual as vendas têm registrado desempenho ineditamente fraco em mais de uma década", diz a CNC.
Diante do cenário ainda difícil, o ânimo dos empresários para novas contratações diminuiu 4,6% em agosto ante julho. O cenário pouco promissor envolve a percepção de estoques elevados (35,2% dos empresários, um recorde), crédito caro e a desvalorização cambial, além da menor demanda dos consumidores.
"Para alguns segmentos, especialmente aqueles voltados para a venda de bens de consumo duráveis, a perspectiva para a segunda metade do ano tem se mostrado ainda desfavorável diante da tendência atual de elevação no custo do crédito e da queda na confiança dos consumidores", afirma a entidade.
Em relação a agosto de 2014, a confiança do empresário do comércio caiu 24,6%, informou a entidade. A previsão da CNC para o resultado das vendas no varejo restrito este ano é de queda de 2,4% em relação ao ano passado. Será a primeira queda nas vendas do setor desde 2003.