A indústria automotiva brasileira terá, em setembro deste ano, 27,4 mil funcionários afastados das fábricas por meio de lay-off (suspensão temporária dos contratos), férias individuais e coletivas, licença remunerada, dentre outros, divulgou nesta sexta-feira, 4, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número representa cerca 20,5% do total de trabalhadores que o setor empregava no fim de agosto (134,3 mil empregados).
O presidente da Anfavea, Luiz Moan, explicou que o afastamento faz parte das medidas adotadas pelas montadoras para ajustar os níveis de estoques ao baixo volume de vendas de veículos novos. O executivo destacou que o número de 27,4 mil empregados afastados não contabiliza eventuais adesões de montadoras ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê redução da jornada de trabalho, com redução salarial proporcional.
Em agosto, o estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras aumentou de 345,6 mil em julho para 357,8 mil unidades em agosto, segundo dados da Anfavea. Com o crescimento, o estoque total de veículos no oitavo mês do ano era suficiente para 52 dias de vendas, período maior do que os 50 dias em julho (considerando o ritmo de vendas de agosto). O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.
A maior parte do estoque de veículos novos até agosto estava concentrada nas concessionárias, onde havia 207,9 mil veículos encalhados (equivalente a 30 dias de vendas), número maior do que as 206,9 mil unidades estocadas em julho nas lojas (30 dias). Nas fábricas, o estoque até o mês passado era de 149,9 mil veículos (22 dias), maior do que as 138,7 mil unidades estocadas até julho (20 dias de vendas).