A queda intensa na atividade industrial e os efeitos da crise hídrica levaram a economia mineira a um recuo de 1,5% no 2º trimestre de 2015, frente aos três primeiros meses do ano. Os dados do comportamento do PIB mineiro, divulgados nesta terça-feira, foram levantados pelo Centro de Estatística e Informação da Fundação João Pinheiro (FJP).
É o quinto trimestre consecutivo de queda - no 1º trimestre o recuo foi de 0,7%. Apesar do resultado negativo, o desempenho ficou acima do PIB nacional, com retração de 1,9% nessa mesma base de comparação. O resultado refletiu resultados divergentes do produto agropecuário no estado e no país. No 2º trimestre de 2015, o volume de valor adicionado pelo setor agropecuário mineiro cresceu 3,4% em comparação com o trimestre anterior, enquanto no país houve retração de 2,7%. O desempenho da cafeicultura mineira, sobretudo na região da Zona da Mata, foi determinante para o resultado positivo do setor.
Nos primeiros seis meses do ano, a retração foi ainda maior, de 4,1% em Minas e de 2,1% no país. Já o PIB acumulado em 12 meses registrou baixa de 3,3% e 1,2% respectivamente, influenciada principalmente pela queda na indústria mineira. Os setores que mais contribuíram para o fechamento negativo no 2º trimestre foram a indústria, com recuo de 3%, e serviços, 1,3%.
Na indústria de transformação, a falta de chuvas comprometeu o segmento de energia e saneamento, que teve uma retração de 4,5%, devido ao seus impactos nas usinas hidrelétricas. "Os segmentos de produção e distribuição de energia continuam sofrendo com o baixo nível dos reservatórios, o que afeta a geração por meio das hidrelétricas", disse Raimundo de Souza, coordenador do Sistema de Contas Regionais da FJP. O cenário desfavorável da indústria de Minas no 2º trimestre também é resultado da queda de 5,1% da atividade na construção civil.