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Estado de Minas

Exploração mineral movimenta cadeia bilionária e milhares de empregos no estado


postado em 14/09/2015 06:00 / atualizado em 14/09/2015 07:43

Nova Lima, Mariana e Itabira são os municípios mineiros que mais arrecadaram Cfem no ano passado. A receita obtida pelos dois primeiros ultrapassou os R$ 100 milhões cada, impulsionando a economia(foto: Euler Jr/EM/D.A PRESS - 2013 26/10/07)
Nova Lima, Mariana e Itabira são os municípios mineiros que mais arrecadaram Cfem no ano passado. A receita obtida pelos dois primeiros ultrapassou os R$ 100 milhões cada, impulsionando a economia (foto: Euler Jr/EM/D.A PRESS - 2013 26/10/07)
Empregando mais de 60 mil trabalhadores e com previsões de investimentos que giram em torno de US$ 20 bilhões para os próximos três anos, o setor da mineração se mantém como carro-chefe na economia de Minas Gerais. A atividade, que deu origem ao próprio nome do estado e está ligada à sua formação, foi responsável por mais da metade – 52,8% – do total exportado pelo estado no ano passado. “Há mais de três séculos o nosso estado domina essa área, o que criou uma cultura de ponta para a atividade. Com o material extraído de nossa terra, a quilômetros de distância dos países asiáticos, conseguimos competir com o material produzido na Austrália, que está bem ao lado daquele continente”, afirma Fernando Coura, presidente do Ibram.

A produção mineral ocorre em todas as regiões de Minas Gerais e envolve dezenas de tipos de minérios. Raríssimo de ser encontrado pelo mundo, mas abundante no estado, o nióbio é exemplo do potencial para a atividade no estado. O mineral é considerado fundamental para a indústria de alta tecnologia e a demanda cresceu nos últimos anos, uma vez que ele está sendo cada vez mais usado na produção de aços mais leves e resistentes. Ele vem sendo empregado em tipos diversificados, desde a produção de automóveis, gasodutos, tomógrafos de ressonância magnética, até as indústrias de ponta em tecnologia aeroespacial e nuclear.

Pesquisas desenvolvidas nos últimos anos apontam que, apesar de esse mineral existir em outros países, 98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil, sendo que desse total 75% estão em Minas Gerais, outros 21% no Amazonas e 3% em Goiás. Pela alta diversidade de minerais produzidos na terra de Tiradentes, a arrecadação com os royalties da mineração – repassados aos estados e prefeituras por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) – chegou no ano passado a mais de R$ 800 milhões, quase metade do total arrecadado no Brasil – 47%.

“A mineração é uma atividade que está ligada a todos os setores de nossa vida. É casa e comida. Casa porque é brita, areia, ardósia, vidro, mármore. Tudo de que precisamos para construir nossas moradias. E comida porque não teremos agricultura sem fertilizantes, feitos com potássio e fósforo”, ressalta Fernando Coura. Mesmo em cenário de crise econômica e queda no valor das commodities, as prefeituras mineiras e o governo de Minas arrecadaram até este mês, somente por meio dos royalties da mineração, cerca de R$ 400 milhões.

Para o presidente do Ibram, o setor terá um papel cada vez mais determinante nos próximos anos na economia brasileira, uma vez que as demandas por melhorias em infraestrutura e qualidade de vida estão diretamente ligadas à produção de matéria-prima de alta qualidade. “Sabemos muito bem o quanto precisamos avançar na construção de ferrovias, rodovias e portos no Brasil. Sabemos também que um país com mais de 200 milhões de habitantes e muitas desigualdades precisa sanar seu imenso déficit habitacional. O caminho para isso passa pelos investimentos na produção de minérios em nosso estado, que está na ponta da atividade”, avalia Coura.

Das 100 maiores minas do país, 40 estão no estado, onde os projetos se destacam pela alta rentabilidade(foto: Euler Jr/EM/D.A PRESS - 2013 26/10/07)
Das 100 maiores minas do país, 40 estão no estado, onde os projetos se destacam pela alta rentabilidade (foto: Euler Jr/EM/D.A PRESS - 2013 26/10/07)
O planejamento do setor para os próximos anos envolve projetos de investimentos em território mineiro, uma vez que mais de 300 minas estão ativas no estado. Na comparação da produtividade de cada uma das minas abertas no Brasil, os projetos mineiros também se destacam pela alta rentabilidade, sendo que das 100 maiores minas do país, 40 estão em Minas Gerais.

Movimento Além dos trabalhadores que atuam diretamente no setor da mineração, em Minas Gerais está implantada uma cadeia de empresas que prestam serviços e fornecem materiais para a atividade. Na semana passada, representantes de empresas de engenharia consultiva voltadas para a exploração mineral lançaram o Movimento Pró Cadeia da Mineração em Minas com o objetivo de discutir com entidades da área e órgãos públicos medidas que podem proteger os investimentos planejados para a produção mineral no estado.

“Além da riqueza mineral, está aqui em nosso estado o know how de uma imensa cadeia ligada à mineração. Desde os projetos até os estudos de viabilidade e a fiscalização dos empreendimentos, em Minas Gerais temos uma mão de obra de alta qualidade voltada para o setor”, explica Paulo Libânio, diretor de Mineração e Indústria do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco-MG). Segundo Libânio, a intenção é evitar a perda de um conhecimento adquirido no estado graças a anos de trabalho junto ao setor mineral por causa da queda nos valores da commodities e redução nos investimentos durante momento difícil da economia nacional. “Com a diminuição de verbas para novos gastos, a empresa inteligente pode investir em projetos e novas soluções ao se preparar para o momento de retomada e reaquecimento da economia”, aposta Libânio.


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