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Estado de Minas

Sem swap, país poderia ter tido quebradeira no setor privado, diz Tombini

Tombini argumentou que o BC está avaliando a situação das taxas de juros (DIs) e garantiu que o nível atual é de passagem


postado em 15/09/2015 14:31 / atualizado em 15/09/2015 14:38

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, saiu em defesa do programa de swaps cambiais e da formação de reservas internacionais, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele afirmou que, caso não tivesse sido dada proteção ao mercado contra a variação do dólar, por meio de swaps, a situação teria se tornado "dramática".

"O objetivo é estabilidade financeira. Poderíamos ter tido quebradeira no sistema com o mercado aproveitando a queda de juros lá fora. Em outros momentos houve descasamento enorme, como em 2008", explicou. A preocupação do BC, segundo o presidente, era evitar exposição excessiva do setor privado ao dólar sem a devida proteção. O programa de leilões diários de contratos de swap (cujo efeito é equivalente à venda de dólares no mercado futuro) durou de agosto de 2013 a março deste ano.


Tombini argumentou que, ao longo de 2013 e 2014, muitas empresas tomaram recursos lá fora e por isso foi necessária essa proteção. "De que vale essa acumulação de reservas se você não pode usar?", questionou o presidente do BC. "Nós temos posição credora em dólar. Pudemos fazer programa previsível que deu proteção ao setor privado. Se não tem essa proteção (reservas), na primeira situação mais adversa para de entrar dólares no país e começa a sair", observou.

"O que vimos, com toda essa incerteza, é que o Brasil atraiu US$ 11 bilhões nessa primeira parte do ano. Isso no líquido", afirmou. Pelos dados mais recentes do próprio Banco Central, o fluxo líquido de recursos para o País está positivo em US$ 11,619 bilhões em 2015, até o fim de agosto.

Tombini lembrou ainda que o Brasil passou por dois choques de preços que foram classificados por ele como de "grande dimensão". O primeiro, a alta do dólar frente o real. O segundo, a elevação dos preços administrados frente aos livres.

Ele ainda alertou os senadores de que, caso não existissem os swaps e as reservas, o setor privado estaria quebrado. "Teríamos um setor privado quebrado, e nada disso tivemos. Posso assegurar que teríamos uma situação dramática caso não usássemos os swaps", afirmou. "O câmbio é flutuante e flutuou. A primeira linha de defesa do Brasil é cambio flutuante. Vemos, agora, que um ajuste está se processando (com a alta do dólar). Essa parte do ajuste está sendo processada."

Tombini argumentou ainda que o BC está avaliando a situação das taxas de juros (DIs) e garantiu que o nível atual é de passagem. "Não é a que vai prevalecer", afirmou. Ele disse ainda que o mercado funciona muito no curto prazo. "Temos de nos mobilizar para evitar o rebaixamento em mais de uma agência, o que implica a capacidade de investidores aplicarem no País", acrescentou.


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