O comércio varejista da capital mineira apresentou queda de 3,13% no acumulado do ano quando comparado com o mesmo período de 2014, segundo o termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O desempenho é o pior desde o início da série histórica em 2007, nesta mesma base de comparação.
De acordo com o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, essa queda é resultado da menor atividade do cenário macroeconômico. “A desaceleração da economia que pode ser comprovada pelos últimos dados do Produto Interno Bruto (PIB) aliada a juros elevados, aumento do índice de desocupação e redução da renda real tem contribuído para a queda nas vendas”, disse. “Com o aumento no custo de vida os consumidores estão cada vez mais pressionados a diminuírem seu consumo”, completou.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas no mês de julho do comércio da capital apresentaram queda de 2,3%. “Novamente observa-se o efeito negativo da desaceleração da atividade econômica, do aumento da inflação e da taxa de juros sobre o nível de consumo, e por consequência, das vendas”, disse o presidente da CDL/BH.
Quando comparado com junho de 2015, as vendas de julho em Belo Horizonte apresentaram crescimento de 0,22%. Para o presidente da CDL/BH apesar do mês de junho contar com a comemoração do Dia dos Namorados, o que poderia favorecer as vendas, o mês contou com um número de dias úteis (21) menor em relação a julho (23). “Outro fator que pesa é a inflação. Em junho a inflação foi de 0,79% e em julho ficou em 0,62%”, disse. “A renda das famílias apresentou um leve crescimento em julho quando comparado com o mês anterior. Além disso, as promoções e liquidações contribuíram para o crescimento das vendas em julho”, completou.
No acumulado dos últimos 12 meses o varejo de Belo Horizonte apresentou queda de 2,07% nas vendas. Este índice tem apresentado sucessivas reduções, demonstrando uma diminuição na intensidade da atividade comercial da capital. “Com orçamento já comprometido com os custos básicos, a população está com menos renda livre para consumo”, disse Bruno Falci. “A tendência das vendas para os próximos meses é de repetição do cenário mais desaquecido visto em 2014. Sem indícios de recuperação da economia, os consumidores continuarão cautelosos e sem comprometer a renda com compras, principalmente as de longo prazo”, concluiu.