Atraso e desinformação na chegada do voo de Miami marcaram o primeiro dia de operação do Terminal 3 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Muitos passageiros se queixaram da falta de estrutura no saguão e da ausência, em um aeroporto internacional, de finger, passarela de embarque que faz a ligação entre a aeronave e a área de desembarque. Um ano e meio depois do prazo determinado para iniciar as operações e sem cumprir a meta para a Copa do Mundo, o terminal que amplia a capacidade operacional do aeroporto em 4,3 milhões de passageiros por ano – o fluxo atual é de 400 mil passageiros por ano nos voos internacionais; no total, 14 milhões de passageiros/ano em todas as operações – começou a operar.
O primeiro desembarque no chamado puxadinho – do voo TAM 8052 – proveniente de Miami, atrasou pelo menos uma hora. Embora a aeronave tenha chegado no horário, por volta das 7h40, os passageiros tiveram que aguardar 25 minutos para sair do avião devido a problemas com uma escada. Segundo um passageiro que preferiu não se identificar, com tudo pronto para o desembarque e funcionários da BH Airport, da TAM, da Receita Federal e da Polícia Federal aguardando, foi feita uma tentativa, sem sucesso, de encaixar uma escada na aeronave para que os passageiros descessem. “Depois de 20 minutos e muita gesticulação por parte dos funcionários, uma outra escada, bem mais velha e aparentemente frágil, foi improvisada. Os passageiros tiveram que descer com cuidado, pois a escada trepidava. A insatisfação pela espera era generalizada dentro da aeronave”, disse o passageiro.
Os transtornos não ficaram limitados ao improviso no desembarque da aeronave e ocorreram também no terminal. “Depois de poucas malas ficarem rodando por um bom tempo, a esteira estragou e houve troca de local para retirada das bagagens e aglomeração de passageiros em volta da esteira, como ocorria no terminal anterior”, relatou o passageiro do voo vindo de Miami.
A exemplo de quem chegou, quem partiu também fez críticas. O médico Carlos Eduardo Sampaio Fonseca, de 41 anos, que embarcou de férias para Miami com Felipe dos Santos, de 31, não aprovou o novo terminal. Em sua opinião, faltam bancos no saguão, há apenas uma lanchonete e não há caixas eletrônicos para sacar dinheiro. “No check in, as esteiras parecem mais estreitas. Tiveram dificuldade para colocar minha mala”, completou. Atuando na área de turismo, Felipe ponderou que, por ser um terminal internacional, a estrutura tem um aspecto “simplório”.
A sinalização na chegada também foi outro ponto negativo apontado pelos passageiros, que sugeriram que as placas que indicam a entrada para o terminal 3 sejam posicionadas metros antes de onde estão. “As placas indicando o acesso ficam muito em cima da hora de entrar”, pondera Felipe. A mesma queixa foi apresentada pelo corretor de seguros Geraldo Henrique Notaroberto Gomes, de 49, que embarcou com a mulher, Beatriz Cardoso Bello Gomes, de 47, no primeiro voo da Aerolíneas Argentinas para Buenos Aires. “Hoje foi bem tranquilo o embarque, mas temos que ver quando o volume de passageiro for maior. O terminal me parece pequeno, mas, de qualquer forma, ajuda a desafogar o terminal 1”, disse.
Partida O primeiro voo saiu às 5h45, sem atraso. Nele embarcou o casal argentino Eugênio Janoni, de 68, e Irma Ferrando, de 67, que madrugou no primeiro dia de operação do terminal. O casal chegou ao aeroporto à 1h30. “Nos serviram cafezinho quando chegamos. Foram muito amáveis e respeitosos.” O casal retornou à Argentina, depois de visitar o filho que mora em BH há 15 anos.
O voo procedente de Miami teve atraso no desembarque, o que deixou os passageiros irritados. “Não sabia que desceria no novo terminal. Aliás, nem o piloto da aeronave sabia. Foi avisado de última hora”, disse o economista Adriano Pimenta, de 46, que viajou aos Estados Unidos a trabalho. Segundo ele, a aeronave pousou às 7h43 e os passageiros tiveram que aguardar 25 minutos até a chegada de uma escada para que pudessem sair do avião e pegar o ônibus até o desembarque no novo terminal. Ele também criticou o fato de um terminal para voos internacionais não ter um finger.
“Para o primeiro dia está OK, mas me pareceu um pouco improvisado”, disse o médico José Rogério Régis, que voltou de Miami com a família. Um problema com uma das esteiras de bagagens atrasou ainda mais o desembarque. De uma forma geral, os passageiros se queixaram de que a mudança foi pouco divulgada. “A mudança foi muito pouca divulgada. Eu fui surpreendido”, disse o professor Otávio de Oliveira dos Santos, de 69, que aguardava um amigo que mora nos Estados Unidos.
O aposentado Márcio Chulá, de 65, elogiou a mudança. Ele chegou às 4h para embarcar às 5h45 para Buenos Aires com a família. “Fomos para o terminal 1, mas eles explicaram que tinha a mudança e nos explicaram que tinha o ônibus”, disse. Na madrugada de ontem, uma equipe de funcionários da BH Airport orientava os passageiros que foram equivocadamente para o terminal 1.
Apesar de afirmar o caráter transitório do terminal 1, a direção da BH Airport defendeu que as instalações têm capacidade para suportar a demanda. “Esse terminal atenderá de forma transitória até o terminal 2 ficar pronto, que é nosso objetivo para atender a demanda maior de passageiros. Durante um ano e alguns meses o terminal 1 vai atender perfeitamente”, informou o diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel.
O aeroporto implantou um ônibus que faz o transfer gratuito entre os terminais. O aeroporto opera voos para Lisboa (TAP Portugal), Miami (American Airlines e TAM), Cidade do Panamá (Copa Airlines) e Buenos Aires (Aerolíneas Argentinas). Para novembro, está prevista nova operação para Orlando (Azul Linhas Aéreas).
Para desafogar tráfego em terra
O diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel, afirmou ontem que o novo terminal trará melhorias para os passageiros de voos internacionais e também domésticos. Segundo ele, serão liberados 40% das áreas de embarque e desembarque do terminal 1 que eram ocupadas pelos procedimentos dos voos internacionais. Um percentual alto apesar de as operações internacionais representarem apenas 4% do volume total de passageiros. “A mudança dos voos internacionais para o terminal 3 é uma etapa fundamental para nós melhorarmos as condições do terminal 1, os voos domésticos. Temos aproximadamente 40% da área que hoje era utilizada para voos internacionais, no terminal 1, que atende aproximadamente 4% dos passageiros totais. Com essa liberação da área, faremos uma adaptação para os voos domésticos”, afirmou o executivo.
A reforma, que deverá ser concluída até o fim deste ano, não altera o funcionamento do terminal 1. Segundo ele, com a ampliação da capacidade o aeroporto terá condições de receber mais voos internacionais, mas a ampliação depende de um entendimento com as companhias aéreas. Paulo disse que o terminal está adequado para os embarques e desembarques internacionais com “padrão que atende perfeitamente o passageiro e seu acompanhante.” (MC)
O primeiro desembarque no chamado puxadinho – do voo TAM 8052 – proveniente de Miami, atrasou pelo menos uma hora. Embora a aeronave tenha chegado no horário, por volta das 7h40, os passageiros tiveram que aguardar 25 minutos para sair do avião devido a problemas com uma escada. Segundo um passageiro que preferiu não se identificar, com tudo pronto para o desembarque e funcionários da BH Airport, da TAM, da Receita Federal e da Polícia Federal aguardando, foi feita uma tentativa, sem sucesso, de encaixar uma escada na aeronave para que os passageiros descessem. “Depois de 20 minutos e muita gesticulação por parte dos funcionários, uma outra escada, bem mais velha e aparentemente frágil, foi improvisada. Os passageiros tiveram que descer com cuidado, pois a escada trepidava. A insatisfação pela espera era generalizada dentro da aeronave”, disse o passageiro.
Os transtornos não ficaram limitados ao improviso no desembarque da aeronave e ocorreram também no terminal. “Depois de poucas malas ficarem rodando por um bom tempo, a esteira estragou e houve troca de local para retirada das bagagens e aglomeração de passageiros em volta da esteira, como ocorria no terminal anterior”, relatou o passageiro do voo vindo de Miami.
A exemplo de quem chegou, quem partiu também fez críticas. O médico Carlos Eduardo Sampaio Fonseca, de 41 anos, que embarcou de férias para Miami com Felipe dos Santos, de 31, não aprovou o novo terminal. Em sua opinião, faltam bancos no saguão, há apenas uma lanchonete e não há caixas eletrônicos para sacar dinheiro. “No check in, as esteiras parecem mais estreitas. Tiveram dificuldade para colocar minha mala”, completou. Atuando na área de turismo, Felipe ponderou que, por ser um terminal internacional, a estrutura tem um aspecto “simplório”.
A sinalização na chegada também foi outro ponto negativo apontado pelos passageiros, que sugeriram que as placas que indicam a entrada para o terminal 3 sejam posicionadas metros antes de onde estão. “As placas indicando o acesso ficam muito em cima da hora de entrar”, pondera Felipe. A mesma queixa foi apresentada pelo corretor de seguros Geraldo Henrique Notaroberto Gomes, de 49, que embarcou com a mulher, Beatriz Cardoso Bello Gomes, de 47, no primeiro voo da Aerolíneas Argentinas para Buenos Aires. “Hoje foi bem tranquilo o embarque, mas temos que ver quando o volume de passageiro for maior. O terminal me parece pequeno, mas, de qualquer forma, ajuda a desafogar o terminal 1”, disse.
Partida O primeiro voo saiu às 5h45, sem atraso. Nele embarcou o casal argentino Eugênio Janoni, de 68, e Irma Ferrando, de 67, que madrugou no primeiro dia de operação do terminal. O casal chegou ao aeroporto à 1h30. “Nos serviram cafezinho quando chegamos. Foram muito amáveis e respeitosos.” O casal retornou à Argentina, depois de visitar o filho que mora em BH há 15 anos.
O voo procedente de Miami teve atraso no desembarque, o que deixou os passageiros irritados. “Não sabia que desceria no novo terminal. Aliás, nem o piloto da aeronave sabia. Foi avisado de última hora”, disse o economista Adriano Pimenta, de 46, que viajou aos Estados Unidos a trabalho. Segundo ele, a aeronave pousou às 7h43 e os passageiros tiveram que aguardar 25 minutos até a chegada de uma escada para que pudessem sair do avião e pegar o ônibus até o desembarque no novo terminal. Ele também criticou o fato de um terminal para voos internacionais não ter um finger.
“Para o primeiro dia está OK, mas me pareceu um pouco improvisado”, disse o médico José Rogério Régis, que voltou de Miami com a família. Um problema com uma das esteiras de bagagens atrasou ainda mais o desembarque. De uma forma geral, os passageiros se queixaram de que a mudança foi pouco divulgada. “A mudança foi muito pouca divulgada. Eu fui surpreendido”, disse o professor Otávio de Oliveira dos Santos, de 69, que aguardava um amigo que mora nos Estados Unidos.
O aposentado Márcio Chulá, de 65, elogiou a mudança. Ele chegou às 4h para embarcar às 5h45 para Buenos Aires com a família. “Fomos para o terminal 1, mas eles explicaram que tinha a mudança e nos explicaram que tinha o ônibus”, disse. Na madrugada de ontem, uma equipe de funcionários da BH Airport orientava os passageiros que foram equivocadamente para o terminal 1.
Apesar de afirmar o caráter transitório do terminal 1, a direção da BH Airport defendeu que as instalações têm capacidade para suportar a demanda. “Esse terminal atenderá de forma transitória até o terminal 2 ficar pronto, que é nosso objetivo para atender a demanda maior de passageiros. Durante um ano e alguns meses o terminal 1 vai atender perfeitamente”, informou o diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel.
O aeroporto implantou um ônibus que faz o transfer gratuito entre os terminais. O aeroporto opera voos para Lisboa (TAP Portugal), Miami (American Airlines e TAM), Cidade do Panamá (Copa Airlines) e Buenos Aires (Aerolíneas Argentinas). Para novembro, está prevista nova operação para Orlando (Azul Linhas Aéreas).
Para desafogar tráfego em terra
O diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel, afirmou ontem que o novo terminal trará melhorias para os passageiros de voos internacionais e também domésticos. Segundo ele, serão liberados 40% das áreas de embarque e desembarque do terminal 1 que eram ocupadas pelos procedimentos dos voos internacionais. Um percentual alto apesar de as operações internacionais representarem apenas 4% do volume total de passageiros. “A mudança dos voos internacionais para o terminal 3 é uma etapa fundamental para nós melhorarmos as condições do terminal 1, os voos domésticos. Temos aproximadamente 40% da área que hoje era utilizada para voos internacionais, no terminal 1, que atende aproximadamente 4% dos passageiros totais. Com essa liberação da área, faremos uma adaptação para os voos domésticos”, afirmou o executivo.
A reforma, que deverá ser concluída até o fim deste ano, não altera o funcionamento do terminal 1. Segundo ele, com a ampliação da capacidade o aeroporto terá condições de receber mais voos internacionais, mas a ampliação depende de um entendimento com as companhias aéreas. Paulo disse que o terminal está adequado para os embarques e desembarques internacionais com “padrão que atende perfeitamente o passageiro e seu acompanhante.” (MC)