A conselheira de políticas macroprudenciais e monetárias do Departamento de Mercados de Capital do Fundo Monetário Internacional (FMI), Inci Ötker-Robe, afirmou nesta segunda-feira, que as mudanças climáticas têm consequências importantes para o setor financeiro, seja por meio das seguradoras, que estão diretamente expostas a desastres naturais seja através de mudanças nos fluxos de investimento em carteira.
No mesmo painel, Claudia Politanski, vice-presidente das áreas Jurídico, Comunicação Corporativa e Relações Institucionais e Governamentais do Itaú, afirmou que os bancos brasileiros passaram a dar grande importância para a questão ambiental nos últimos cinco anos, com políticas voluntárias e também graças a diretrizes do Banco Central. "Estamos longe de ter todas as respostas, mas a experiência de um debate longo e profundo nos ajudou a conseguir começar a trilhar o caminho. É preciso cuidado para que as regras estimulem boas ações, sem prejudicar o desenvolvimento econômico", afirmou.
Ela lembrou que o Itaú tem listas de projetos que estão proibidos de serem financiados, como aqueles com suspeita de trabalho infantil ou escravo, ou que encorajem a prostituição. Já na lista de áreas "restritas", ou seja, que exigem uma análise maior, estão armas de fogo, extração de madeira, pesca, produtos com amianto e mesmo frigoríficos.