Nova York e Brasília – O analista sênior de ratings soberanos da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, afirmou que o Brasil ainda não está tão mal como outros países que perderam o grau de investimento nos últimos tempos pela agência. “Se e quando nós mudarmos nossa visão, não será pelo que outros acham, mas se a evolução se diferenciar do que esperamos”, disse Leos durante mesa-redonda em Nova York para discutir perspectivas para o Brasil. O analista afirmou que prevê recessão no Brasil neste e no próximo ano, como também contas fiscais fracas nos dois períodos
No evento realizado na Americas Society/Council of the Americas e com auditório lotado, Leos disse também que há elementos no país que ainda suportam o rating grau de investimento. “Ainda que o Brasil esteja passando por tempos difíceis e há claras fraquezas no país, não é tão ruim quanto na Croácia”, afirmou, destacando que, após 2016, o PIB do Brasil pode voltar a crescer na casa dos 2% e o superávit primário ficar em 2%. Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver.
Durante a mesa redonda, Leos ressaltou que a dívida bruta do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vai sair da casa dos 55% para 70%, mas lembrou que outros emergentes com a mesma classificação que a economia brasileira, como a Índia, têm o indicador neste patamar. No caso da economia indiana, ele citou que o índice está na casa dos 65%, nas Bahamas em 68% e na Croácia saiu de 35% para quase 100% nos últimos oito anos. Além da piora da dívida, nos últimos 5 anos, a Croácia teve crescimento negativo e a média de expansão no país europeu nos últimos 10 anos foi de 1%. Na Hungria, o país tem alta exposição a moeda estrangeira, enquanto o Brasil tem, entre outros indicadores, reservas internacionais elevadas.
Sem ilusão Enquanto nos Estados Unidos a leitura do analista da Moody's pode servir de alívio, no Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy afirmou ontem que o Brasil não pode ter a ilusão de que há formas “mágicas” ou “heterodoxas” para se chegar a um crescimento mais acelerado. Em evento promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Itamaraty, Levy destacou que o desafio do governo não é restaurar o passado, mas sim facilitar o futuro para a população.
“É importante estarmos muito antenados com o que está acontecendo no mundo e não apenas tentar reviver o passado”, afirmou Levy. “As pessoas têm que ter confiança de que essa transição vai nos levar a uma economia mais aberta, dinâmica e vigorosa”, acrescentou. O ministro disse ainda que a economia brasileira tem que ter cada vez mais conteúdo tecnológico e que é preciso produtividade para ter crescimento sólido. “Não podemos viver só do cartão de crédito, gastando o colchão fiscal”, reiterou.
Também ontem, o gerente de Relacionamento Instituicional da Dívida Pública do Tesouro nacional, André Proite, passou o dia em encontros com os representantes da agência de classificação de risco Fitch. Ele afirmou que o governo está trabalhando para que as informações e medidas tomadas sejam entendidas e percebidas para controlar o endividamento. “O governo mandou um conjunto de medidas para o lado da arrecadação e do gasto para que se evite a todo custo três anos seguidos de déficit”, afirmou.
No evento realizado na Americas Society/Council of the Americas e com auditório lotado, Leos disse também que há elementos no país que ainda suportam o rating grau de investimento. “Ainda que o Brasil esteja passando por tempos difíceis e há claras fraquezas no país, não é tão ruim quanto na Croácia”, afirmou, destacando que, após 2016, o PIB do Brasil pode voltar a crescer na casa dos 2% e o superávit primário ficar em 2%. Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver.
Durante a mesa redonda, Leos ressaltou que a dívida bruta do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vai sair da casa dos 55% para 70%, mas lembrou que outros emergentes com a mesma classificação que a economia brasileira, como a Índia, têm o indicador neste patamar. No caso da economia indiana, ele citou que o índice está na casa dos 65%, nas Bahamas em 68% e na Croácia saiu de 35% para quase 100% nos últimos oito anos. Além da piora da dívida, nos últimos 5 anos, a Croácia teve crescimento negativo e a média de expansão no país europeu nos últimos 10 anos foi de 1%. Na Hungria, o país tem alta exposição a moeda estrangeira, enquanto o Brasil tem, entre outros indicadores, reservas internacionais elevadas.
Sem ilusão Enquanto nos Estados Unidos a leitura do analista da Moody's pode servir de alívio, no Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy afirmou ontem que o Brasil não pode ter a ilusão de que há formas “mágicas” ou “heterodoxas” para se chegar a um crescimento mais acelerado. Em evento promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Itamaraty, Levy destacou que o desafio do governo não é restaurar o passado, mas sim facilitar o futuro para a população.
“É importante estarmos muito antenados com o que está acontecendo no mundo e não apenas tentar reviver o passado”, afirmou Levy. “As pessoas têm que ter confiança de que essa transição vai nos levar a uma economia mais aberta, dinâmica e vigorosa”, acrescentou. O ministro disse ainda que a economia brasileira tem que ter cada vez mais conteúdo tecnológico e que é preciso produtividade para ter crescimento sólido. “Não podemos viver só do cartão de crédito, gastando o colchão fiscal”, reiterou.
Também ontem, o gerente de Relacionamento Instituicional da Dívida Pública do Tesouro nacional, André Proite, passou o dia em encontros com os representantes da agência de classificação de risco Fitch. Ele afirmou que o governo está trabalhando para que as informações e medidas tomadas sejam entendidas e percebidas para controlar o endividamento. “O governo mandou um conjunto de medidas para o lado da arrecadação e do gasto para que se evite a todo custo três anos seguidos de déficit”, afirmou.