O dólar comercial atingiu na tarde desta quarta-feira a marca de R$ 4,15, acima do recorde registrado na véspera. No início do pregão, a moeda chegou a cair quase 1% após o Congresso Nacional manter alguns vetos presidenciais, que, se derrubados, comprometeriam ainda mais o ajuste fiscal. Por volta das 14h24, a divisa era cotada a R$ 4,1289, com alta de 1,85%.
Na terça-feira, o dólar atingiu o maior preço da história ao encerrar o dia cotado a R$ 4,054, uma alta de 1,83%. Foi a maior cotação nos 21 anos do Plano Real – antes, o pico ocorreu em 10 de outubro de 2002, quando a moeda dos EUA, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições presidenciais, fechou a R$ 3,99.
Em meio às incertezas políticas, o real já desvalorizou 52,6% em relação ao dólar desde o início do ano, o que reflete o nervosismo dos investidores com a situação política e econômica do país. A cotação do dólar turismo chegou a R$ 4,270 ontem.
A falta de previsibilidade em relação à economia brasileira também leva a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) a baixas. Na tarde desta quarta-feira, o Ibovespa recuava 1,21%, a 45.706 pontos. Ontem, encerrou o pregão em queda de 0,7%, aos 46.264 pontos.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje que a atual elevação da cotação do dólar faz parte de um movimento em todo o mundo e não só um problema do Brasil. Para ele, existe um processo de recuperação do país, com várias medidas que vem sendo adotadas. Segundo ele, alguns impactos do preço da moeda americana no mercado interno são em consequência de efeitos que estavam represados.
"Acredito que vamos ver maior estabilidade no dólar também. Difícil, impossível fixar qual o patamar, mas tenho certeza que essa volatilidade maior também vai se esvair na medida em que algumas questões, como a votação dos vetos e o próprio orçamento, forem devidamente equacionadas, disse após participar do Fórum de Segurança Jurídica e Infraestrutura no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Com agências)