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Estado de Minas

Após escândalo nos Estados Unidos, Ibama vai investigar a Volkswagen no Brasil

Objetivo é verificar se algum carro da montadora no país tem o mesmo software que alterou os motores a diesel da marca nos Estados Unidos


postado em 26/09/2015 08:19 / atualizado em 26/09/2015 09:09

(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press )
(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press )
São Paulo, 26 - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriu investigação contra a Volkswagen no Brasil para verificar se algum carro da montadora no país tem o mesmo software que alterou os motores a diesel da marca nos Estados Unidos, para torná-los mais eficientes durante testes de emissões de gases. Segundo a autarquia, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, a empresa será notificada para prestar esclarecimentos. Caso a violação das regras brasileiras seja comprovada, o órgão informa que a companhia poderá ser multada em até R$ 50 milhões e será obrigada a corrigir o problema em todos os veículos que eventualmente possuam o equipamento.

A fraude envolvendo o software foi descoberta inicialmente nos Estados Unidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês). O órgão americano afirmou que o equipamento teria sido instalado pela Volks nos modelos Beetle, Golf, Jetta e Passat, e pela Audi, no Audi A3, fabricados de 2009 a 2015. De acordo com a denúncia, o equipamento detectava quando os carros estavam sendo avaliados, ativava o controle de emissões de poluentes, que era desabilitado após os testes.

No Brasil, contudo, o único veículo da Volkswagen a diesel é a picape Amarok. Todos os outros modelos são movidos à gasolina ou a etanol. Para o Ibama, a fraude descoberta nos Estados Unidos é um “caso gravíssimo”.

Procurada, ontem (25) à tarde, pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a assessoria de imprensa da Volkswagen informou que não tinha conhecimento da notificação.

Nos Estados Unidos, a montadora assumiu a fraude e confessou que o software está instalado em aproximadamente 11 milhões de veículos em todo o mundo. Ao assumir o erro, a empresa também anunciou que reservou ¤ 6,5 bilhões para usar em ações que resolvam o problema. O escândalo levou à renúncia do presidente mundial da Volks, Martin Winterkorn. O executivo alega que não sabia da fraude, mas que abriu mão do cargo para deixar a montadora ter um novo começo.

O Inmetro, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que está “reunindo informações técnicas”, “conhecendo detalhes” e monitorando as ações dos órgãos de fiscalização do exterior para decidir se irá ou não investigar a Volks no Brasil. O órgão é responsável pelo Programa de Etiquetagem Veículo, que atesta a eficiência energética de carros vendidos no Brasil. O teste, contudo, não contempla carros a diesel. “Como no Brasil ainda não há veículos de passeio movidos a diesel, o monitoramento das ações dos órgãos responsáveis no exterior poderá ajudar o instituto a se antecipar a eventuais fraudes aqui no País”, disse o Inmetro em nota.

CAMINHONETES Nesta sexta-feira, o ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, disse que a manipulação nos testes de emissões de poluentes também foi feita em caminhonetes da Volkswagen, e não apenas em automóveis. “Com base em nosso conhecimento, as caminhonetes, bem como os carros feitos pela Volkswagen, também foram afetados pela influência indevida de emissões nos motores a diesel”, disse.

O Ministério dos Transportes alemão começou nesta semana uma investigação especial sobre o escândalo das emissões da Volkswagen que reduziu quase um terço do valor de mercado da empresa.

A Volkswagen disse nesta semana que o software foi instalado em até 11 milhões de carros e Dobrindt disse na quinta-feira que outros veículos na Europa também foram afetados.

Nesta sexta-feira, a Daimler disse que não havia manipulado as emissões após especulações de que o escândalo pode ter afetado outros fabricantes de carros também. “Um software que reduz as emissões de forma ilegítima durante os testes nunca foi e nunca será usado na Daimler. Isso vale para ambos os motores a diesel e a gasolina”, disse a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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