São Paulo – A mudança de ministros, acompanhada pelo anúncio de cortes de pastas, secretarias e salários, foi bem recebida pelos investidores e abriu espaço nesta sexta-feira para a queda firme do dólar, que também reagiu desde cedo aos números do payroll americano. O resultado foi a queda de 1,18% do dólar à vista de balcão, aos R$ 3,9430. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,66%.
Outro efeito positivo foi o disparo da bolsa, puxada por uma série de fatores internos e externos. As quedas mais recentes, que tornaram os preços de vários papéis atrativos, o avanço firme das ações em Nova York e a reforma política anunciada por Dilma foram bem-recebidos, motivando a busca pela renda variável. O Ibovespa terminou o dia em alta de 3,80%, aos 47.033,46 pontos. Na semana, acumulou alta de 4,91%.
Já com o anúncio dos detalhes da reforma promovida por Dilma – uma espécie de "pacote político" para recuperar o apoio da base e a confiança dos agentes econômicos –, os investidores também aceleraram a busca por papéis, em especial durante a tarde. Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% os salários dos ministros. Dilma também passará a ganhar 10% menos. Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade.
Com essa leitura, as ações das estatais estiveram entre os papéis que mais subiram nesta sexta-feira, afetadas ainda por um forte recuo recente. Petrobras PN disparou 10,68%, maior alta do Ibovespa, e Petrobras ON, 9,32%. BB ON avançou 6,77%, Eletrobras ON, 7,69%, e Eletrobras PNB, 6,40%. Vale ON, 3,48%, Vale PNA, 3,88%, Bradesco PN, 3,78%, Itaú Unibanco PN, 4,06%, Santander unit, 4,18%.
Em Nova York, o Dow Jones terminou o dia em alta de 1,23%, aos 16.472,37 pontos, o S&P avançou 1,43%, aos 1.951,36 pontos, e o Nasdaq teve valorização de 1,74%, aos 4.707,78 pontos. Na semana, acumularam, respectivamente, 0,97%, 1,04% e 0,45%.
JUROS – A reforma ministerial anunciada por Dilma reforçou o viés negativo para as taxas dos contratos futuros de juros. Pela manhã, as taxas já recuavam em função dos números do payroll, que vieram pior que o esperado. No fim da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2016 ficou em 14,54%, ante 14,68% de ontem. O contrato para janeiro de 2017 marcou 15,45%, ante 15,77%, e o vencimento para janeiro de 2021 indicou 15,20%, ante 15,73%.