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Estado de Minas

Opção do cliente nas entregas é pelo menor preço


postado em 05/10/2015 06:00 / atualizado em 05/10/2015 07:10

Novidade interessou Rodrigo Zatti, que chegou a lucrar R$ 710 com o bico em cinco dias(foto: Cristina Horta/ EM/D.A Press )
Novidade interessou Rodrigo Zatti, que chegou a lucrar R$ 710 com o bico em cinco dias (foto: Cristina Horta/ EM/D.A Press )
Numa ponta, o desemprego bate à porta dos motoboys, na outra, ganham os entregadores colaborativos que se lançaram no serviço amparado em aplicativo de celular. O Estado de Minas acompanhou, na última quinta-feira, o universtário Davi Vila Nueva, de 27 anos, que, há dois meses, faz entregas contratadas pelo aplicativo de celular. Estudante universitário, Davi, que adora pedalar por BH, aproveitou a oportunidade para ganhar renda até o horário das aulas, que frequenta à noite. Ele tem recebido R$ 50, em média por semana, aceitando poucas chamadas por dia.

No dia em que a reportagem o acompanhou, ele aceitou o serviço para buscar um documento no Bairro Nova Esplanada e entregá-lo a cliente no Funcionários. Fez todo o trabalho em pouco mais de uma hora. O valor da corrida foi de R$ 8,75, sendo que, desse valor, 15% são embolsados pela empresa que criou o aplicativo, e, o restante, R$ 7,62 fica para Davi. “Vale a pena, porque, para mim, estou fazendo um esporte e recebendo por isso. É interessante porque vou a lugares aos quais, normalmente, não iria”, afirmou.

O cliente de quem Davi buscou a encomenda é o sócio da FofoStore, Rodrigo Scollari. Ele conta que esse tipo de serviço vem “salvando” seu trabalho. “O custo dos motoboys hoje está muito alto, cerca de R$ 15 a R$ 20 para entregar esse documento, e, ainda, quando você procura um profissional para fazer o serviço, não acha com facilidade”, diz. Rodrigo conta que tem caixas para entregar com frequência e a opção pelos serviços dos Correios é também cara.

“Com a entrega colaborativa, vem uma Kombi, por exemplo, e leva para mim, com o preço bem menor e mais rápido”, diz Rodrigo, que se sente seguro com o serviço. A reportagem do EM entrou em contato com os Correios, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Rogério Lara, do Sindicato dos Trabalhadores Motocilistas e Ciclistas de Minas Gerais, diz que a concorrência chega em um momento delicado, uma vez que pizzarias estão fechando as portas devido à crise econômica. “Os motoboys empregados estão trabalhando muito, mais de oito horas por dia, para conseguir dinheiro, e conseguem, no máximo, R$ 1,2 mil por mês”, afirma.

As vendas da internet não compensam a queda da demanda, segundo Rogério. Um entregador de revista, por exemplo, ganha R$ 0,30 por magazine entregue. O sindicato quer conhecer melhor o novo serviço que invade a capital para, depois, tomar as medidas necessárias, segundo o presidente da entidade. Lucas Grossi, sócio de BH da empresa responsável pelo aplicativo de celular, diz que, para os taxistas e motoristas do Uber , o serviço da entregra colaborativa reserva lucros, porque, durante 95% do tempo em que eles estão rodando pela cidade, o porta-malas está vazio.

Balas para destinatário O valor das entregas variam de R$ 8 a R$ 17, sendo que, dessa quantia, a empresa fica com 15% e o entregador, com o restante. O pagamento é feito ao final da semana. “É como se fosse uma chamada de táxi. Quando o entregador aceita, ele recebe a rota, as informações sobre a mercadoria e, se for possível, aceita o serviço no tempo adequado, comenta Grossi. “É um Uber da entrega”, define Rodrigo Zatti, de 23 anos. Há dois anos, ele trabalha com uma Kombi que faz serviços de mudanças na capital. Quando ficou sabendo da novidade, Rodrigo se interresou. “Com a Kombi, sempre andei muito pela cidade, então, vi que valia a pena. Trabalho para a Shippify de R$ 13h às 17h e em uma semana consegui ganhar R$ 860, sendo que tive um gasto de R$ 150 de gasolina”, estima. O bico tem feito a diferença para Zatti.

Para trabalhar no serviço, o interessado deve ter mais de 18 anos, baixar o aplicativo, fazer um cadastro e passar por um crivo da Shippify, que pede documentação completa do motorista e veículo. Depois disso, o candidato passa por um treinamento de poucas horas. “Nessa parte, esclareceremos sobre o funcionamento do serviço, pedimos a ele que seja cordeal com o cliente, use a blusa vermelha da empresa e entregue balas ao destinatário” , diz Grossi. O entregador que estiver disponivel para a entrega deve deixar o aplicativo ligado e, quando houver uma chamada, aceitá-la. (LE)

Incentivo às startups

Em BH, os empreendedores do ‘Uber’ das entregas (foto) ganharam incentivo por meio de programa de fomento a empresas de base teconológica. A Shippify funciona na sede da startup Techmall, que, como uma aceleradora de pequenos negócios de tecnologia, os ajuda a consolidar o negócio. As 50 empresas que já integram a carteira de clientes da prestadora do serviço pagam mensalmente à startup. E a propaganda vem sendo feita boca a boca. A proposta inicial era fazer a entrega em no máximo 24 horas, porém, o cofundador do empreendimento, Miguel Torres, ressalta que a rede tem conseguido fazer as entregas em três horas, na média.


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