Rio – A percepção dos empresários de que o cenário está ruim e deve continuar assim levará a taxa de desemprego a novos aumentos nos próximos meses, avaliou nesta terça-feira, o economista Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Diante das expectativas desfavoráveis, nem as festas de fim de ano devem impedir novas demissões.
Nesta terça-feira, o Ibre/FGV anunciou que o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 3,5% em setembro ante agosto, enquanto o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 3,4%. A alta do ICD antecipa avanço da taxa de desocupação, enquanto a queda no IAEmp sinaliza redução no número de vagas.
O que mais preocupa, segundo ele, é a percepção negativa entre os empresários de serviços. O setor é um dos mais intensivos em mão de obra.
A alta do ICD, por sua vez, deve resultar em um aumento mais intenso na taxa de desemprego em setembro. No mês anterior, o indicador recuou e a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu a 7,6%, 0,1 ponto porcentual a mais do que em julho, o que o IBGE considera estatisticamente estável. "Seguindo essa lógica, pode haver forte elevação da taxa de desocupação em setembro diante do resultado do ICD", afirmou o economista.
Para 2015, Moura espera uma taxa de desemprego média de 8,5% em todo o país, tomando como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Já em 2016, a expectativa é de que a taxa chegue a 10%, mas mesmo essa estimativa está com viés de alta, apontou.