Nesta quarta-feira, segundo dia da greve dos bancários, que atinge todo o Brasil, cresceu o número de agências e centros administrativos fechados.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Eliana Brasil, na área de base do sindicato, já são 248 unidades fechadas, que representam 33% do total de 753 agências. A maior parte das novas adesões foi na capital, mas em algumas cidades como Betim, Contagem, Ouro Preto e São João del-Rei quase a totalidade das agências permanece fechada.
Para essa quinta-feira, a partir das 11h, a categoria marcou outro ato, desta vez em frente a uma agência do Banco Santander, localizada na confluência das Avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo, na Savassi. Segundo Eliana, ainda não há previsão de assembleia, já que não há nova proposta por parte dos banqueiros.
Nacional De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), em todo o país, 8.763 agências e centros administrativos fecharam as portas neste segundo dia de greve. Um aumento de 2.512 unidades ou de 40% em relação ao primeiro dia.
Também em São Paulo, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região divulgou um balanço de 616 locais de trabalho, entre agência e centros administrativos fechados nesta quarta-feira. Segundo estimativa do sindicato, as unidades abrangem mais de 50 mil trabalhadores.
Os bancários querem correção dos salários de 16% (incluindo reposição da inflação e 5,7% de ganho real), plano de carreira e piso salarial de R$ 3.299, enquanto os patrões oferecem 5,5% de reajuste salarial e vales. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não incorporado aos vencimentos.
Em nota, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa os patrões, disse que tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo e reiterou que continua aberta a negociações. A entidade argumentou que o reajuste proposto de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses. A greve começou após cinco rodadas de negociações sem sucesso.
A Fenaban disse ainda que propõe um abono imediato de R$ 2.500 a todos os 500 mil bancários. Além disso, a proposta econômica já apresentada às lideranças sindicais prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada por exemplo ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560, pode garantir até o equivalente a quatro salários.
Atendimento Durante o período de greve, os caixas de autoatendimento vão continuar funcionando para atender a população. A Fenaban lembra que a população tem à disposição caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos do banco no celular, operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes (agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais) como alternativas para fazer transações financeiras.
Nos caixas eletrônicos, os saques noturnos são limitados a R$ 300 e o valor para saque diurno varia conforme a instituição. Quem tem benefícios para serem sacados, segundo a Fenaban, pode fazer saques por meio da rede de caixas eletrônicos 24 horas e caixas eletrônicos dos bancos. (Com Fernanda Borges e agências)