São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmou nesta quinta o compromisso da autoridade monetária em fazer a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, ao fim do ano que vem. "Estamos a 15 meses do fim de 2016 e estamos comprometidos com nossa meta", disse em sessão de perguntas e respostas de um painel sobre novos desafios para os bancos centrais da América Latina, durante o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Lima, no Peru.
Repetindo literalmente a comunicação oficial do BC, Tombini também afirmou que, para que o objetivo de convergência inflacionária seja atingido, as atuais condições monetárias
No painel, que contou também com os chefe das autoridades monetárias de Chile, Peru, Colômbia e México, Tombini reconheceu que o Brasil passou por uma depreciação cambial "importante" recentemente, que refletiu diretamente nas taxas juros de mercado. O presidente do BC explicou que essas taxas variaram devido a eventos recentes na economia, como a alta do dólar e mudanças no panorama fiscal, e por isso não servirão de guidance para a política monetária. Para ele, parte deste efeito já se dissipou.
Depois de citar estes riscos de alta para a inflação, Tombini pontuou que também existem fatores que podem arrefecer o ritmo da alta de preços. "Qualquer que fosse o hiato do produto no RTI (Relatório Trimestral de Inflação) de junho, ele foi marcadamente revisado em setembro, o que também puxa a inflação para baixo". Neste aspecto, o presidente da autoridade monetária citou ainda a distensão do mercado de trabalho. Segundo ele, havia um descolamento entre uma economia em desaceleração e um mercado de trabalho apertado, com taxa de desemprego ainda reduzida. "O que vimos recentemente foi o acompanhamento do mercado de trabalho com o ciclo de negócios, de certa forma", avaliou.
Ele reconheceu, no entanto, que o efeito do câmbio na inflação é muito mais rápido do que aquele produzido pela desaceleração da economia.