A inflação percebida pelos idosos desacelerou à metade no terceiro trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores. A taxa acumulada entre julho e setembro foi de 1,23%, contra aumento de 2,46% no segundo trimestre deste ano, em função principalmente dos alimentos, aponta a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou nesta terça-feira, 13, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i).
O resultado do IPC-3i, porém, ficou acima do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede a inflação em todas as faixas etárias e subiu 1,17% no terceiro trimestre do ano. Em 12 meses até setembro de 2015, o quadro se repete. Enquanto o IPC-Br chegou a 9,65%, o IPC-3i acelerou a 10,21%.
Ao todo, sete das oito classes de despesa que formam o IPC-3i perderam força no trimestre. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação (2,34% para 0,54%). Segundo a FGV, as hortaliças e legumes ficaram 16,33% mais baratas entre julho e setembro, contra aumento de 11,85% no segundo trimestre. Só o tomate cedeu 32,55%, enquanto os preços da cebola caíram 25,85%. Juntos, os dois itens tiraram 0,28 ponto porcentual da taxa trimestral.
Contribuíram também para a desaceleração os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (3,47% para 1,82%), Despesas Diversas (9,31% para 0,67%), Habitação (2,53% para 1,97%), Educação, Leitura e Recreação (2,73% para 0,94%), Vestuário (1,98% para 0,24%) e Transportes (0,69% para 0,35%).
Para cada uma destas classes de despesa, foram destaque os itens medicamentos em geral (6,08% para 0,24%), jogo lotérico (55,92% para 0,00%), condomínio residencial (3,85% para 2,54%), passagem aérea (12,35% para -5,76%), roupas (2,39% para 0,21%) e automóvel novo (2,01% para -0,36%), respectivamente.
No sentido contrário, apenas o grupo Comunicação (0,26% para 0,77%) ganhou força. O item que contribuiu para este movimento foi mensalidade para TV por assinatura (1,89% para 4,36%).
O IPC-3i representa o cenário de preços sentido em famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade e renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos.