Brasília, 13 - O mercado financeiro revisou para cima suas expectativas para o comportamento da Selic no ano que vem no Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta terça-feira, 13, pouco pelo Banco Central. A mediana passou de 12,50% ao ano para 12,63% aa, o que revela uma divisão entre os participantes da pesquisa entre uma taxa de 12,50% e de 12,75% no encerramento do ano.
Há quatro edições do documento, o ponto central apontava para uma taxa de 12,00% aa. Com isso, a Selic média do ano que vem também foi alterada de 13,63% para 13,75% - estava em 13,13% um mês atrás.
Para este ano, os analistas deixaram suas projeções para a Selic inalteradas. A mediana permaneceu em 14,25% ao ano pela 11ª semana seguida, assim como a mediana para a Selic média de 2015, que continuou em 13,63% ao ano pelo mesmo período.
Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, também não houve mudanças para 2015: a Selic deve encerrar o ano em 14,25% - previsão apontada já há 16 semanas.
Já a mediana das previsões para 2016 passou de 12,38% ao ano para 12,13%, o que também revela uma divisão das apostas. Desta vez, o resultado indica que a falta de consenso é sobre uma taxa de 12,00% ou de 12,25% ao ano no final de 2016.
Preços administrados
As projeções para os preços administrados ainda encontram espaço para subir no Relatório Focus. Segundo o documento, a mediana das previsões para esse conjunto de itens no ano que vem passou de 6,00% para 6,27%. Há quatro semanas, estava em 5,88%.
Para 2015, as estimativas do mercado financeiro para os preços administrados foram ajustadas de 15,55% para 16,00% de uma semana para outra - um mês atrás, a mediana das estimativas era de 15,20%.
O BC também revisou seu cenário para o conjunto de preços apontado como o principal vilão da inflação no curto prazo. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, os preços administrados devem ter alta de 15,4% em 2015 no cenário de mercado e no de referência ante estimativa anterior de 13,7% em ambos os cenários.
Para chegar a estes porcentuais, o BC considerou a hipótese de variação de 9,6% do preço da gasolina até agosto de 2015 - vale lembrar que, depois disso, os combustíveis foram reajustados. Da mesma forma, o BC levou em conta a estimativa de alta de 15% do preço do botijão de gás, mesmo valor da ata e maior que os 4,3% do RTI passado.
No caso de tarifas de telefonia fixa, a estimativa era de -3% no RTI de junho, de -3,5% da ata passada e agora está em -3,5% no documento divulgado na semana passada. Em relação aos reajustes das tarifas de energia elétrica, o BC projeta uma variação de 49,6% para 2015 ante alta de 43,4% do RTI de junho e de 49,2% da última ata.
A atualização do Relatório para os preços administrados em 2016 mostra que o BC espera um avanço desse conjunto de itens de 5,7% no cenário de mercado e no de referência. Em ambos casos, a previsão anterior da autoridade monetária no RTI era de uma alta de 5,3%. Na ata do Copom, as projeções estavam em 15,2% para 2015 e em 5,7% para 2016.