As previsões para a inflação subiram mais alguns degraus no Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta terça-feira. A mediana para o IPCA do ano que vem avançou de 6,22% para 6,29%. Esta é a 13ª semana consecutiva de elevação. Há quatro edições, o ponto central da pesquisa era de 5,94%.
No caso da elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, a mudança foi de 7,30% para 7,33%. Quatro edições atrás estava em 6,46%. A meta de 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, o que abrigaria uma taxa de até 6,50%.
Já as projeções para a inflação deste ano subiram de 9,85% para 9,91% na pesquisa geral. Há quatro semanas, estavam em 9,53%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado.
Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom da semana passada, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para outubro subiu de 0,78% para 0,79% - estava em 0,53% quatro semanas atrás. Já a de novembro continuou em 0,60% de uma semana para outra ante taxa de 0,55% verificada há um mês.
As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente melhoraram na pesquisa Focus de hoje, passando de 6,50% - exatamente no limiar do teto da meta - para 6,47%. A taxa de 6,11% era vista quatro edições atrás.
No caso do Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa atingiu dois dígitos pela primeira vez: a mediana das previsões desse mesmo grupo saltou de 9,95% para 10,03% - também bem acima do teto da meta deste ano, que tem os mesmos parâmetros da de 2016. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,66%.
Retração do PIB de 3,05%
O Relatório de Mercado Focus trouxe mais revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano. De acordo com o documento pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 3,02% para 3,05% - um mês antes estava em queda de 2,85%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,43% para -1,51%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1,00%.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.
No caso da produção industrial, não houve mudanças nas previsões. Para 2015, a mediana das expectativas seguiu em baixa de 7,00% pela terceira semana consecutiva e, para 2016, passou de -1,50 para -2,00%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -6,50% e -0,29%.
Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas passou por ajustes. Para 2015, caiu de 35 85% para 35,80% - quatro edições antes estava em 36,00%. Para 2016, a taxa subiu de 39,20% para 39,30% - um mês antes estava em 39,35%.