O anúncio de que o Tesouro Nacional do Brasil pagará a dívida junto a bancos controlados pelo governo federal é positivo para essas instituições, afirmou a agência de classificação de risco Fitch, argumentando que isso impõe um novo nível de segregação entre o governo e essas instituições financeiras. Segundo a Fitch, a decisão terá leve efeito sobre a liquidez desses bancos, mas evitará o acúmulo de grandes montantes de recebíveis do Tesouro em seus balanços.
"Se aprovado, o pagamento pode beneficiar a liquidez do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal antes da do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", comentou a Fitch em relatório. "No caso do BNDES, o pagamento dos recebíveis poderá ser realizado através de redução de suas obrigações com o Tesouro", acrescentou.
A agência destaca que a decisão se deve à rejeição, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), das contas do governo federal relativas a 2014. "O TCU considerou o acúmulo de dívidas do Tesouro junto a BNDES, Banco do Brasil e Caixa - prática conhecida como 'pedalada' - uma infração da Lei de Responsabilidade Fiscal", observou a Fitch.