As vendas externas do agronegócio brasileiro somam US$ 74,73 bilhões no acumulado de janeiro a outubro, com queda de 10,9% em relação a igual período do ano passado, devido, principalmente, à redução nos preços da maioria das commodities (produtos básicos com cotação internacional).
Em contrapartida, o Brasil gastou apenas US$ 11,18 bilhões com importações de produtos agrícolas no ano, ou 20,8% menos que em 2014. Com isso, o saldo da balança comercial do agronegócio acumula superávit de US$ 63,5 bilhões, de acordo com números divulgados hoje (9) pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
No mês passado, as vendas externas de soja, carnes, milho, produtos florestais e açúcar contribuíram com 73% das exportações totais do agronegócio brasileiro, no valor de US$ 7,78 bilhões. As importações de produtos agrícolas somaram US$ 1,05 bilhão, deixando saldo comercial de US$ 6,73 bilhões.
Os dados indicam que a participação de produtos agropecuários cresce cada vez mais na pauta de exportações do país. Em outubro do ano passado, 43,3% das vendas do Brasil para o exterior saíram da agricultura e da pecuária. Em outubro deste ano, a participação subiu para 48,5%.
Ao analisar a balança de outubro, a secretária Tatiana Lipovetskaia Palermo destacou o recorde histórico mensal em quantidades exportadas de milho café verde e soja em grão. Segundo ela, “apesar da queda dos preços internacionais, estamos aumentando os volumes vendidos, prova da competência do setor agropecuário do país”.
Produtos
Em outubro, o volume exportado do complexo soja cresceu 104,2%. Entretanto, houve retração de 19% no preço médio das exportações. Mesmo assim, os embarques de grãos, óleo e farelo de soja subiram de US$ 983,1 milhões, em outubro de 2014, para US$ 1,63 bilhão no mês passado.
As vendas externas de carnes tiveram recuo de US$ 1,7 bilhão para US$ 1,22 bilhão na mesma relação mensal. O valor exportado da carne suína caiu 41,3%; de peru, 35,8%; de frango, 30,8%; e de gado, 21,2%.
A terceira posição no ranking de exportações do agronegócio ficou com o setor de cereais - principalmente milho –, farinhas e preparações. O valor exportado somou US$ 920 milhões, com embarques recordes de 5,5 milhões de toneladas de milho.
As exportações de produtos florestais totalizaram US$ 969,1 milhões em outubro deste ano, com leve crescimento em relação aos US$ 945,1 milhões registrados no mesmo mês de 2014. Destaque para as vendas de papel e celulose (US$ 758,8 milhões) e de madeiras e suas obras (US$ 210,3 milhões).
O complexo sucroalcooleiro ficou na quinta posição entre os setores exportadores do agronegócio. Os embarques diminuíram de US$ 1,13 bilhão, em outubro de 2014, para US$ 863,3 milhões no mês passado. Principal produto da cadeia produtiva, o açúcar foi responsável por US$ 751,3 milhões. O etanol fechou com US$ 111,5 milhões.
Tradicional ocupante da quinta posição no ranking dos principais produtos exportados pelo agronegócio, o café caiu para a sexta posição, com US$ 552,4 milhões em vendas externas – queda de 20,2%. Apesar disso, o mês passado registrou recorde de exportação de café verde, com 198,4 mil toneladas.