O País registrou um aumento no trabalho infantil em 2014, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas de 5 a 17 anos ocupadas cresceu 4,5%, o equivalente a 143,5 mil crianças e adolescentes a mais nessa condição. No ano passado, 554 mil crianças de 5 a 13 anos estavam trabalhando.
Houve aumento no nível de ocupação em todas as faixas etárias e em todas as regiões do País. Na faixa etária de 5 a 9 anos de idade, o total de crianças ocupadas teve um salto de 15,5%, nove mil indivíduos a mais. Em 2014, o País já tinha 70 mil crianças dessa idade trabalhando. Entre 10 e 13 anos de idade, o total de crianças trabalhando aumentou 8,5%, para 484 mil pessoas, 38 mil crianças a mais nessa condição.
"Os pequenininhos são muito ocupados em atividades com rendimentos menores", disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.
A atividade agrícola concentrou 62,1% da população ocupada com idade entre 5 e 13 anos, mesma proporção registrada em 2013.
O IBGE não soube dizer por que houve aumento do número de crianças trabalhando. A gerente do instituto afirma que quem puxou a alta no trabalho infantil foi a faixa etária de 16 a 17 anos, que recebe rendimento maior e, em geral, vive em domicílios com rendimento mais alto.
Na faixa etária de 16 e 17 anos, o total de ocupados aumentou 2 7%, o equivalente a 51 mil pessoas a mais, totalizando 1,926 milhão de pessoas. Dos 14 aos 15 anos, o número de ocupados cresceu 5,6%, para 852 mil trabalhadores, 45 mil indivíduos a mais.
O Sul registrou o mais alto nível da ocupação das pessoas de 5 a 17 anos (10,2%), seguido por Norte (9,2%), Nordeste (8,7%), Centro-Oeste (8,2%) e Sudeste (6,6%).