A piora do cenário econômico com demissões em setores como a indústria e comércio contribuíram para o aumento da taxa de desemprego em outubro. Na Grande BH, o índice subiu para 6,6%, superior aos resultados de outubro de 2014 (3,5%) e setembro último (5,9%), segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do pior resultado para o mês desde outubro de 2007, quando bateu (6,9%). No conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país, o índice atingiu 7,9% em outubro, a taxa de desocupação mais alta para um mês de outubro desde 2007, quando chegou a 8,7%. No país, o número de desempregados chegou em outubro a 1,9 milhão de pessoas, número estável frente a setembro. Mas subiu 67,5% (mais 771 mil pessoas em busca de trabalho) em relação a outubro de 2014. Na comparação anual, essa foi a maior variação percentual da população desocupada na série histórica da pesquisa.
Segundo o IBGE, a Grande BH e São Paulo foram as regiões que mais pressionaram as taxas de desemprego na passagem de setembro para outubro. Na Grande BH, o universo de desempregados chegou a 169 mil pessoas em outubro, com 76 mil pessoas a mais do que no mesmo mês do ano passado e 14 mil em relação a setembro último. A indústria fechou 75 mil postos em um ano. Somente em outubro ante setembro, 27 mil vagas foram cortadas no comércio.
“O que gerou o maior número de desempregados foi o fato de mais gente ter ido para o mercado de trabalho”, disse o analista do IBGE em Minas Gerais Antonio Braz de Oliveira e Silva. Segundo o especialista, até o ano passado, a pressão no mercado de trabalho era menor. “As pessoas estavam saindo do mercado porque tinham outra forma de renda ou porque a família ajudava. Agora, essas pessoas estão voltando, num cenário de redução da ocupação aliado a renda em queda e inflação e juros altos”, explica.
O aumento na taxa de desemprego em outubro foi puxada também pela população jovem, na faixa etária de 18 a 24 anos. A taxa de desemprego entre essa população aumentou de 18,4% em setembro para 19,5% em outubro. Em outubro de 2014, essa taxa era de 11,8%. “São pessoas que nem sempre reúnem qualificação, que ficam em categorias de mais rotatividade. Uma coisa é escolaridade formal, outra é qualificação profissional, que vem sendo exigida Essa pessoa tem dificuldade de entrar (no mercado) e quando entra fica menos tempo. Então, seja porque perdeu o trabalho ou porque continua a procurar, (essa população jovem) fez aumentar a taxa de desocupação”, justificou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Contratados A população ocupada, que chegou a 22,5 milhões nas seis regiões, em outubro de 2015, recuou em ambas as comparações: –1,0% (menos 230 mil pessoas) em relação a setembro e – 3,5% (menos 825 mil pessoas) no ano. Regionalmente, na análise mensal, houve retrações no número de ocupados nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (-2,1%) e de Recife (-2,6%) e estabilidade nas demais. Em relação a outubro de 2014, houve estabilidade no Rio de Janeiro e quedas nas demais regiões metropolitanas: Belo Horizonte (-4,8%; 121 mil pessoas), Salvador (-7,1%; 137 mil pessoas), Recife (-4,6%; 74 mil pessoas), São Paulo (-4%; 385 mil pessoas) e Porto Alegre (3,6%; 70 mil pessoas).
No conjunto das seis regiões, em outubro, a população ocupada ficou estável em todos os grupamentos, exceto a indústria (-3,9%). Frente a outubro de 2014, indústria (-8,7%), construção (-5,2%) e serviços prestados às empresas (-3,7%) tiveram quedas. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,2 milhões), no conjunto das seis regiões metropolitanas analisadas, ficou estável na comparação mensal e recuou 4% frente a outubro do ano passado. Houve menos 470 mil pessoas com carteira assinada. Regionalmente, na comparação mensal, ocorreu estabilidade em todas as regiões. Frente a outubro de 2014, Belo Horizonte (-6,1%), Recife (-8,7%), Porto Alegre (-7%) e São Paulo (-3,3%) apresentaram reduções nesse contingente.
Renda Enquanto a taxa de desemprego aumenta, a renda cai. Na Grande BH, o rendimento médio real da população ocupada, estimado em R$ 2.227,72 em outubro, apresentou queda no mês (-3,5% frente a setembro de 2015) e queda no ano (-7,8% frente a outubro de 2014). O valor correspondia a 95% da média das seis áreas. No país, também registrou queda de 0,6% em outubro ante setembro e redução de 7,0% na comparação com outubro de 2014. “O efeito vira uma bola de neve. O que temos é salários menores e mais gente perdendo emprego, e a consequência disso é a diminuição do consumo de serviços e essas atividades começam a se ajustar diante dessa perspectiva ruim”, disse Adriana Beringuy, do IBGE.
SEM TEMPORÁRIOS
O aumento na taxa de desemprego em outubro deste ano interrompeu uma tendência histórica de declínio no indicador, diante da elevação na contratação de temporários para as festas de fim de ano. "Geralmente, a passagem de setembro para outubro registrava tendência de queda ou de estabilidade (na taxa de desemprego). Isso não está acontecendo agora. Acontecia em toda a série da pesquisa", ressaltou Adriana Beringuy, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Há um movimento diferente agora em 2015", acrescentou. Segundo Antônio Braz, não houve grandes contratações para o fim de ano. "Pode ser que venha acontecer mais pra frente, mas nessa época do ano, o comércio já deveria está fazendo o contrário, contratando para o fim de ano", disse.
Segundo o IBGE, a Grande BH e São Paulo foram as regiões que mais pressionaram as taxas de desemprego na passagem de setembro para outubro. Na Grande BH, o universo de desempregados chegou a 169 mil pessoas em outubro, com 76 mil pessoas a mais do que no mesmo mês do ano passado e 14 mil em relação a setembro último. A indústria fechou 75 mil postos em um ano. Somente em outubro ante setembro, 27 mil vagas foram cortadas no comércio.
“O que gerou o maior número de desempregados foi o fato de mais gente ter ido para o mercado de trabalho”, disse o analista do IBGE em Minas Gerais Antonio Braz de Oliveira e Silva. Segundo o especialista, até o ano passado, a pressão no mercado de trabalho era menor. “As pessoas estavam saindo do mercado porque tinham outra forma de renda ou porque a família ajudava. Agora, essas pessoas estão voltando, num cenário de redução da ocupação aliado a renda em queda e inflação e juros altos”, explica.
O aumento na taxa de desemprego em outubro foi puxada também pela população jovem, na faixa etária de 18 a 24 anos. A taxa de desemprego entre essa população aumentou de 18,4% em setembro para 19,5% em outubro. Em outubro de 2014, essa taxa era de 11,8%. “São pessoas que nem sempre reúnem qualificação, que ficam em categorias de mais rotatividade. Uma coisa é escolaridade formal, outra é qualificação profissional, que vem sendo exigida Essa pessoa tem dificuldade de entrar (no mercado) e quando entra fica menos tempo. Então, seja porque perdeu o trabalho ou porque continua a procurar, (essa população jovem) fez aumentar a taxa de desocupação”, justificou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Contratados A população ocupada, que chegou a 22,5 milhões nas seis regiões, em outubro de 2015, recuou em ambas as comparações: –1,0% (menos 230 mil pessoas) em relação a setembro e – 3,5% (menos 825 mil pessoas) no ano. Regionalmente, na análise mensal, houve retrações no número de ocupados nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (-2,1%) e de Recife (-2,6%) e estabilidade nas demais. Em relação a outubro de 2014, houve estabilidade no Rio de Janeiro e quedas nas demais regiões metropolitanas: Belo Horizonte (-4,8%; 121 mil pessoas), Salvador (-7,1%; 137 mil pessoas), Recife (-4,6%; 74 mil pessoas), São Paulo (-4%; 385 mil pessoas) e Porto Alegre (3,6%; 70 mil pessoas).
No conjunto das seis regiões, em outubro, a população ocupada ficou estável em todos os grupamentos, exceto a indústria (-3,9%). Frente a outubro de 2014, indústria (-8,7%), construção (-5,2%) e serviços prestados às empresas (-3,7%) tiveram quedas. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,2 milhões), no conjunto das seis regiões metropolitanas analisadas, ficou estável na comparação mensal e recuou 4% frente a outubro do ano passado. Houve menos 470 mil pessoas com carteira assinada. Regionalmente, na comparação mensal, ocorreu estabilidade em todas as regiões. Frente a outubro de 2014, Belo Horizonte (-6,1%), Recife (-8,7%), Porto Alegre (-7%) e São Paulo (-3,3%) apresentaram reduções nesse contingente.
Renda Enquanto a taxa de desemprego aumenta, a renda cai. Na Grande BH, o rendimento médio real da população ocupada, estimado em R$ 2.227,72 em outubro, apresentou queda no mês (-3,5% frente a setembro de 2015) e queda no ano (-7,8% frente a outubro de 2014). O valor correspondia a 95% da média das seis áreas. No país, também registrou queda de 0,6% em outubro ante setembro e redução de 7,0% na comparação com outubro de 2014. “O efeito vira uma bola de neve. O que temos é salários menores e mais gente perdendo emprego, e a consequência disso é a diminuição do consumo de serviços e essas atividades começam a se ajustar diante dessa perspectiva ruim”, disse Adriana Beringuy, do IBGE.
SEM TEMPORÁRIOS
O aumento na taxa de desemprego em outubro deste ano interrompeu uma tendência histórica de declínio no indicador, diante da elevação na contratação de temporários para as festas de fim de ano. "Geralmente, a passagem de setembro para outubro registrava tendência de queda ou de estabilidade (na taxa de desemprego). Isso não está acontecendo agora. Acontecia em toda a série da pesquisa", ressaltou Adriana Beringuy, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Há um movimento diferente agora em 2015", acrescentou. Segundo Antônio Braz, não houve grandes contratações para o fim de ano. "Pode ser que venha acontecer mais pra frente, mas nessa época do ano, o comércio já deveria está fazendo o contrário, contratando para o fim de ano", disse.