À espera do 13º salário, quem está decidido a fazer o esforço de poupar se pergunta como proteger alguns reais, na contramão da turbulenta economia brasileira, que combina inflação alta e renda baixa. A sirene já soou na semana passada, quando foi divulgada alta dos preços de dois dígitos (10,28%) nos últimos 12 meses até a primeira quinzena deste mês, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado da prévia da inflação oficial do país nessa base de comparação desde 2003 (12,69%). Diante de novos tempos bicudos, o Estado de Minas conversou com especialistas em finanças e reuniu orientações sobre as opções para investir. O único consenso é de que a escolha deve estar entre as aplicações que impõem baixo risco aos pequenos poupadores, da dona de casa aos aposentados, trabalhadores do mercado formal e profissionais liberais.
Com cifras bilionárias, apesar das retiradas crescentes, a caderneta de poupança, mais tradicional forma de guardar dinheiro no Brasil, acumulou saldo de R$ 644,8 bilhões em outubro, de acordo com relatório do Banco Central. Embora seja a opção mais procurada pelos poupadores – não estabelece prazo para resgate, nem valor mínimo de aplicação, além de estar livre da incidência do Imposto de Renda –, ela tem sofrido na crise. A previsão é que terá rendido até o fim do ano cerca de 7,5%, percentual bem inferior à variação do custo de vida.
Especialistas recomendam como alternativa à poupança investimentos também considerados de baixo risco (veja o quadro), como os fundos de renda fixa, que já definem o percentual da remuneração no momento da aplicação, e títulos públicos do Tesouro Direto. “Hoje, investir na poupança não significa ganhar, significa perder menos dinheiro, pois ela não consegue repor as perdas para a inflação. Qualquer investimento atualmente é mais interessante do que a poupança”, afirma o professor de finanças do centro universitário UNA Silvério Marinho.
A definição do tipo de investimento a ser feito está atrelada a fatores como perfil do investidor – se conservador ou arrojado –, ao montante de dinheiro disponível e ao tempo que cada poupador pode ficar sem o recurso. É preciso, também, ficar atento às taxas que determinarão o rendimento da aplicação. “Em 2015, para compensar o cliente, uma aplicação precisará render mais de 10%, mais do que a inflação”, ensina o coordenador do curso de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho.
Apesar do rebaixamento da nota de crédito do Brasil por agências internacionais, o Tesouro Direto se mantém como oportunidade de ganho para a maior parte dos perfis de aplicadores e é um dos investimentos preferidos dos economistas. Isso porque o programa, criado pelo Tesouro Nacional para a venda de títulos públicos federais pela internet a pessoas físicas, permite aplicações a partir de R$ 30, com diversas modalidades e rendimento em torno de 15%.
“O Tesouro contempla qualquer volume de dinheiro e oferece a melhor rentabilidade, mesmo com a incidência do Imposto de Renda”, afirma Coutinho. Para investir na aplicação, é necessário se cadastrar em um banco ou corretora. Quando envolver valores mais altos, que tangem os milhares de reais, o especialista recomenda o investimento nas letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Nesses casos, o interessado tem que pesquisar junto aos bancos, que requerem diferentes valores como partida inicial da aplicação.
Reais guardados livres do IR
O consultor financeiro Paulo Vieira lembra que a LCI e LCA não têm desconto de Imposto de Renda, o que as torna bastante atrativas, mas pondera que são aplicações de médio a longo prazo. O especialista também apresenta como opção o Certificado de Depósitos Bancários (CDB), fundo de renda fixa com bastante flexibilidade. É possível fazer aplicações a partir de R$ 200 no fundo, que, apesar de contar com incidência de IR, tem garantido rendimento em torno de 11,5%.
“É uma aplicação interessante porque pode ser negociada caso a caso, de acordo com o banco. Se o cliente opta pelo fundo prefixado, ele já consegue definir a taxa de juros e saber quanto vai ganhar, algo interessante para os mais conservadores”, reforça. Já o CDB pós-fixado acompanha percentual do CDI, que representa o custo dos empréstimos bancários. “Não é recomendável arriscar muito até que o cenário fique claro. O mais importante é não deixar o dinheiro parado”, afirma. Para os entendidos dos meandros da economia, no entanto, a crise pode ser oportunidade de ganhar dinheiro nas bolsas de valores, um capítulo à parte não recomendado para principiantes.
Com cifras bilionárias, apesar das retiradas crescentes, a caderneta de poupança, mais tradicional forma de guardar dinheiro no Brasil, acumulou saldo de R$ 644,8 bilhões em outubro, de acordo com relatório do Banco Central. Embora seja a opção mais procurada pelos poupadores – não estabelece prazo para resgate, nem valor mínimo de aplicação, além de estar livre da incidência do Imposto de Renda –, ela tem sofrido na crise. A previsão é que terá rendido até o fim do ano cerca de 7,5%, percentual bem inferior à variação do custo de vida.
Especialistas recomendam como alternativa à poupança investimentos também considerados de baixo risco (veja o quadro), como os fundos de renda fixa, que já definem o percentual da remuneração no momento da aplicação, e títulos públicos do Tesouro Direto. “Hoje, investir na poupança não significa ganhar, significa perder menos dinheiro, pois ela não consegue repor as perdas para a inflação. Qualquer investimento atualmente é mais interessante do que a poupança”, afirma o professor de finanças do centro universitário UNA Silvério Marinho.
A definição do tipo de investimento a ser feito está atrelada a fatores como perfil do investidor – se conservador ou arrojado –, ao montante de dinheiro disponível e ao tempo que cada poupador pode ficar sem o recurso. É preciso, também, ficar atento às taxas que determinarão o rendimento da aplicação. “Em 2015, para compensar o cliente, uma aplicação precisará render mais de 10%, mais do que a inflação”, ensina o coordenador do curso de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho.
Apesar do rebaixamento da nota de crédito do Brasil por agências internacionais, o Tesouro Direto se mantém como oportunidade de ganho para a maior parte dos perfis de aplicadores e é um dos investimentos preferidos dos economistas. Isso porque o programa, criado pelo Tesouro Nacional para a venda de títulos públicos federais pela internet a pessoas físicas, permite aplicações a partir de R$ 30, com diversas modalidades e rendimento em torno de 15%.
“O Tesouro contempla qualquer volume de dinheiro e oferece a melhor rentabilidade, mesmo com a incidência do Imposto de Renda”, afirma Coutinho. Para investir na aplicação, é necessário se cadastrar em um banco ou corretora. Quando envolver valores mais altos, que tangem os milhares de reais, o especialista recomenda o investimento nas letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Nesses casos, o interessado tem que pesquisar junto aos bancos, que requerem diferentes valores como partida inicial da aplicação.
Reais guardados livres do IR
O consultor financeiro Paulo Vieira lembra que a LCI e LCA não têm desconto de Imposto de Renda, o que as torna bastante atrativas, mas pondera que são aplicações de médio a longo prazo. O especialista também apresenta como opção o Certificado de Depósitos Bancários (CDB), fundo de renda fixa com bastante flexibilidade. É possível fazer aplicações a partir de R$ 200 no fundo, que, apesar de contar com incidência de IR, tem garantido rendimento em torno de 11,5%.
“É uma aplicação interessante porque pode ser negociada caso a caso, de acordo com o banco. Se o cliente opta pelo fundo prefixado, ele já consegue definir a taxa de juros e saber quanto vai ganhar, algo interessante para os mais conservadores”, reforça. Já o CDB pós-fixado acompanha percentual do CDI, que representa o custo dos empréstimos bancários. “Não é recomendável arriscar muito até que o cenário fique claro. O mais importante é não deixar o dinheiro parado”, afirma. Para os entendidos dos meandros da economia, no entanto, a crise pode ser oportunidade de ganhar dinheiro nas bolsas de valores, um capítulo à parte não recomendado para principiantes.