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Estado de Minas

Cabeleireiro está mais consciente da importância de formação e reciclagem

Profissionais buscam cada vez mais investir na carreira, melhorar currículo e se manter atualizado com as novidades do mercado


postado em 22/11/2015 21:42 / atualizado em 22/11/2015 21:55

Curso do Instituto L'Oreal tem duração de oito meses, divididos em teoria, prática experiência no salão-escola(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Curso do Instituto L'Oreal tem duração de oito meses, divididos em teoria, prática experiência no salão-escola (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
A conscientização da importância da formação, reciclagem e atualização dos profissionais de beleza está mudando o panorama da coiffure no Brasil. Cabeleireiros, especialmente, começaram a se dar conta de que, para concorrer no mercado, é preciso investir na carreira, melhorar o currículo e se manter atualizado. Atualmente, a especialização em escolas e academias e a participação em eventos são fundamentais na avaliação do coordenador do Instituto L’Oreal em Belo Horizonte, Luciano Barbosa Maciel.

Segundo o especialista, cursos, feiras, eventos de beleza e workshops devem fazer parte do currículo do bom profissional. “O mercado é competitivo e vai se destacar quem tiver um diferencial. Esse mundo tem encantado várias pessoas, gente que já tem uma profissão, mas que não está feliz ou que quer ser dono do próprio negócio. E para vencer a concorrência, tem de ser muito bem capacitado.”

Mas não basta se inscrever em tudo o que vir pela frente apenas para obter um certificado. “O cabeleireiro deve procurar referências sobre o curso do qual planeja participar. Precisa certificar-se também de que os educadores ou instrutores são sérios, se realmente conhecem o que ensinam.”

Além disso, quem deseja se tornar um profissional da beleza precisa ter seus objetivos bem definidos. “O curso de cabeleireiro é o carro-chefe de qualquer boa escola. Depois, vêm as especializações que a profissão demanda, que são de cortes avançados, coloração, mexas...”, afirma o especialista, acrescentando que “até um curso de gestão de salão de beleza é fundamental para quem quer montar o próprio negócio ou para quem já tem o próprio negócio e quer se aprofundar nas questões que envolvem custos, administração e finanças”.

ALTERNATIVA Luciano conta que o Instituto L’Oreal surgiu justamente da necessidade de entregar para o mercado de trabalho mão de obra especializada. “Nosso objetivo é formar um profissional apto a desenvolver um trabalho de ponta. O mercado nessa área está muito aquecido. Em época de crise, a pessoa busca a alternativa. E como essa área está numa crescente, porque é uma profissão que eleva a autoestima, por ser alegre e alto-astral e por ter um retorno financeiro muito bom, atrai muita atenção. Certamente, o capacitado vai se sobressair.”

No Instituto L’Oreal, o curso intensivo de cabeleireiro tem duração de oito meses. “São quatro meses em sala de aula, onde o aluno vê teoria e pratica em cabelo de boneca e em modelos voluntários marcados pelo instrutor, de acordo com cada módulo. Feitos esses 50%, o aluno, se aprovado com média mínima de sete pontos, vai para o salão-escola, onde terá a oportunidade de executar o que aprendeu em sala de aula, com acompanhamento do instrutor.”

QUASE 50 ANOS NO MERCADO Ricardo Galeno, diretor de Marketing do Salão-Escola Bom Pastor, que tem 48 anos de atuação no mercado da beleza, tem se preocupado com a qualidade dos profissionais da área. Na opinião do especialista, a falta de regulamentação “decente”, como ele define, é o principal entrave.

“Desde 1967, estamos tentando regulamentar a profissão. Recentemente, ela foi reconhecida, mas tudo o que se referia a educação foi vetado, como a necessidade de especialização, por exemplo. Ela exige apenas seguimento das normas sanitárias e foi criado o Dia do Cabeleireiro também. Mas há uma série de problemas da atividade que a própria lei trabalhista não abrange. Hoje, qualquer ONG ou igreja abre uma escola de cabeleireiros. Não há qualquer compromisso com a qualidade”, desabafa.

A Lei 12.592, que regulamenta a profissão de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador, foi sancionada em 2012. Mas a presidente Dilma vetou os artigos que exigiam qualificação para o desempenho das atividades.

Na mensagem de veto, a presidente havia explicado que, de acordo com a Constituição, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo apenas impor restrições na hipótese de a atividade ser passível de causar algum dano à sociedade. A decisão de vetar foi tomada com base em consulta aos ministérios do Trabalho e Emprego, da Justiça, da Saúde, à Secretaria-Geral da Presidência da República e à Advocacia-Geral da União.

SERIEDADE Galeno discorda da justificativa ao veto. “As pessoas esquecem que estamos ligados diretamente à atividade de saúde e não levam a profissão a sério.” Ele afirma que a não obrigatoriedade de formação compromete a qualidade do profissional e traz perdas significativas para a classe. “Fomos os primeiros a regulamentar um curso de imagem pessoal, essa é a nomenclatura no MEC, e de estética. Mas, com a nova regulamentação, o público perdeu o interesse. Para que fazer um curso de 18 meses se qualquer curso de quatro vai dar uma habilitação?”, indaga.

Mas só um certificado pendurado na parede do salão não basta. O profissional, na avaliação de Galeno, tem de saber o que está fazendo. “A formação teórica tem de ser a melhor possível, senão, a pessoa pode acabar com a carreira ou com a saúde de um cliente. Usar um produto com formol, por exemplo, é crime hediondo e muito profissional não sabe disso. Às vezes, nem mesmo que o produto tem formol, porque é induzido pelas informações que o vendedor passa.”


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