Rio, 26 - O governo deverá apresentar em até 15 dias uma definição sobre um aumento da alíquota do Imposto de Importação do aço. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, em todo o mundo estão sendo adotadas medidas de proteção aos mercados locais de aço e o governo estuda adotar alguma medida. De acordo com ele, no entanto, a cadeia produtiva deve ser consultada antes de uma decisão.
"Ontem (quarta-feira, 25), houve uma reunião do setor com a presidente Dilma Rousseff e a orientação é no sentido de que, em no máximo 15 dias, vamos oferecer uma posição oficial do governo", afirmou Monteiro, durante evento do Instituto Aço Brasil nesta quinta-feira 26. "O governo está estudando. No mundo inteiro, devido a dificuldades do setor siderúrgico, há uma multiplicação de medidas de defesa comercial adotada por diferentes países para proteger os mercados domésticos, seja de salvaguarda, antidumping. O Brasil não pode deixar de ter um olhar (para isso)", completou.
Monteiro afirmou ainda que a presidente Dilma determinou que a cadeia produtiva consumidora de aço seja ouvida antes de uma definição sobre as medidas que serão adotadas.
O ministro também disse que o governo avalia prorrogar a suspensão do Reintegra devido ao "quadro fiscal". A previsão era de que a suspensão terminasse em 2017. "Um quadro fiscal difícil justificou a suspensão do Reintegra por dois anos. Como o quadro ainda é difícil, a perspectiva de volta não é razoável, não é realista", afirmou.
Comércio exterior
O país deve fechar o ano com um saldo de US$ 15 bilhões na balança comercial, segundo estimativa de Monteiro. Segundo ele, para o próximo ano a previsão é dobrar o superávit comercial.
"Não fosse a queda das commodities, o superávit alcançaria mais de US$ 35 bilhões. Vou ficar na estimativa de US$ 15 bilhões e a maior parte dos analistas indica que podemos dobrar esse volume no próximo ano", avaliou o ministro no evento. "Saímos de um déficit de US$ 4 bilhões para um superávit de entre US$ 15 bilhões e 16 bilhões. E um ganho no ano de US$ 20 bilhões para investir em financiamento. Agora, o comércio global está desacelerando e isso afeta as exportações", completou.
Monteiro considerou a estimativa "positiva". "Com essa diferença na balança comercial o déficit em conta corrente vai cair a 3,4%. Isso significa que o País terá déficit financiado com recursos do financiamento direto, não vai gastar reservas para pagar o déficit", completou.