A projeção de instituições financeiras para a inflação este ano subiu pela 11ª semana seguida. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 10,33% para 10,38%, de acordo com dados do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira.O boletim é uma publicação semanal do Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para indicadores econômicos.
Para 2016, a estimativa para o IPCA segue em 6,64%. No boletim da segunda-feira passada (23), a projeção ultrapassou pela primeira vez o limite da meta, 6,5%. O centro da meta de inflação é 4,5%. Por conta das indefinições e alterações na política fiscal do governo, o BC espera que a inflação fique na meta somente em 2017.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC disse que as indefinições e alterações significativas na meta fiscal mudam as expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico.
Antes de adiar o objetivo de levar a inflação ao centro da meta, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de setembro, outubro e novembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,90% para 10,91%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 10,38% para 10,77%, em 2015.
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) permanece em 10,32%, este ano. A projeção para a alta dos preços administrados passou de 17,43% para 17,50%, este ano, e 7% para 7,08%, em 2016.
PIB
Na véspera de mais uma divulgação oficial sobre a economia doméstica, o Relatório de Mercado Focus trouxe novos ajustes para as expectativas em torno dos dados de atividade do Brasil. De acordo com o documento divulgado pelo Banco Central, a perspectiva de retração do Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem passou de 2,01% para 2,04%. Há um mês, a mediana das projeções estava em -1,51%. Para 2015, a perspectiva de contração aumentou de 3,15% para 3,19% - um mês antes estava em queda de 3,05%.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. Amanhã, o instituto trará o resultado da economia no terceiro trimestre de 2015. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.
No caso da produção industrial, a mediana das expectativas para 2015 permaneceu em -7,50%. Um mês antes estava em -7,00%. Para 2016, passou de -2,00% para -2,30%. Há quatro semanas, estava em -2,00%.
Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção dos analistas voltou a ficar inalterada em 35 50% - quatro edições antes estava em 35,80%. Para 2016, a taxa também foi mantida em 40,00%, como na semana anterior - um mês antes estava em 39,30%. (Com agências)