A moeda norte-americana opera em alta nesta segunda-feira em em meio a um conturbado cenário político diante dos dedobramentos da Operação Lava-Jato e indefinições no corte do orçamento. O banco BTG Pactual negou a notícia de que pagou R$ 45 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Além disso, na sexta-feira, o governo informou que publicaria decreto com o contingenciamento de R$ 10 bilhões. A medida tornou-se necessária em razão da não aprovação da nova meta fiscal deste ano pelo Congresso Nacional.
Por volta das 12h30, o dólar comercial subia 0,88%, a R$ 3,857 na venda. Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou no maior valor em 15 dias. O dólar comercial subiu R$ 0,077 (2,05%) e encerrou a semana vendido a R$ 3,823. A cotação fechou no nível mais alto desde 13 de novembro (R$ 3,833).
As projeções divulgadas pelo Banco Central para inflação e PIB também influenciam o mercado financeiro. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, economistas do mercado financeiro preveem inflação a 10,38% e queda de 3,19% na economia. Para o câmbio, o documento trouxe estabilidade das expectativas para praticamente todos os horizontes e medições do dólar.
De acordo com o boletim, a moeda deve chegar ao fim deste ano comercializada a R$ 3,95, como na semana passada. Um mês antes, a mediana das previsões estava em R$ 4. O câmbio médio de 2015 também permaneceu em R$ 3,39 de uma semana para outra - quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das expectativas estava em R$ 3,40.
Para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20 pela quinta semana seguida. Já o ponto central da pesquisa para a cotação média de 2016 aumentou de R$ 4,09 para R$ 4,11 de uma semana para outra, voltando para o patamar visto um mês antes.
Bovespa
Na bolsa, o dia é de perdas sob a pressão do quadro político. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, caía 1,01%, a 45.408 pontos, por volta das 12h30. Na sexta-feira, o Ibovespa caiu 2,7%, aos 45.872 pontos, menor patamar desde 30 de outubro.
Entre os destaques estavam as ações do BTG Pactual, recuo de 11%. O banqueiro André Esteves, preso por obstruir investigações da Operação Lava-Jato, renunciou aos cargos de diretor-presidente e de presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual e da BTG Pactual Participation. Esteves também renunciou cargo de conselheiro da BM&F Bovespa.
Investigados pela Operação Lava Jato, Esteves e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foram presos na última quarta-feira (25), acusados de atuarem para obstruir a investigação e tentar fazer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró desistir do acordo de delação premiada. (Com agências)