Após fechar novembro em 1,06%, a inflação na capital paulista deve desacelerar e terminar dezembro em 0,84%, de acordo com o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. No entanto, o economista acredita que o IPC poderá terminar este ano com uma alta de 11,09%, e não mais em 10,40%, como previa anteriormente. Se a taxa fechar nessa marca, será a maior desde 1995, quando ficou em 23,17%. "A inflação segue resistente", disse.
A expectativa de Chagas é de que o grupo alimentação saia de uma alta de 2,26% no mês passado, para 1,64% em dezembro, devido à sazonalidade um pouco mais favorável nesta época do ano. "Pode ser que dê algum alívio, mas será sazonal", afirmou, lembrando das condições climáticas adversas neste período e ainda de eventuais promoções de itens alimentícios, especialmente nas últimas duas semanas do mês.
Em novembro, a inflação de alimentos ganhou força ante outubro (1,31%) influenciada por todos os subgrupos. A classe de industrializados teve alta de 1,86%, puxada em grande parte pelo encarecimento do açúcar (13,29%), enquanto semielaborados atingiram 1,40%, com taxa positiva em carne bovina (1,66%). "O contraponto foi a queda de 2,19% em leites. O que ajudou a segurar um pouco a alta de semielaborados", disse. Já os alimentos in natura tiveram variação expressiva de 5,88%, com destaque para a alta de 24,97% no preço do tomate. "Provavelmente, em dezembro, os in natura podem desacelerar", estimou.
O grupo transportes, que arrefeceu o ritmo de alta de 1,55% para 1,10% em novembro, deve continuar desacelerando este mês e fechar em 0,73%, a despeito das pressões do etanol. Passado o impacto do reajuste nos preços da gasolina, o economista disse que o valor do etanol deve seguir elevado, influenciado pelo encarecimento do açúcar no atacado. "Já subiu cerca de 60% ao produtor nos últimos três meses. No IPC-Fipe, no ano até novembro, a alta é de 21,62%. Ou seja, ainda tem espaço para subir mais à frente", estimou Chagas.