A abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é um elemento adicional para a já pressionada inflação no próximo mês ou até mesmo nos meses seguintes, avaliou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. "É um componente de instabilidade que pode ter impactos em contratos ou em produtos que são influenciados pelo câmbio", analisou.
Apesar da queda do dólar ante o real nesta quinta-feira, 3, o economista da Fipe acredita que este movimento pode não se sustentar. "Com isso, pode se gerar nova pressão em itens que até já estão pressionados", disse, ao citar como exemplo o açúcar, que subiu cerca de 13% na capital paulista. "Acho difícil o processo ser definido em dezembro, o que vai acabar gerando algum repasse de preço em alguma medida", completou.
Além disso, o economista da Fipe acredita que, além da inflação elevada em 2015, a abertura de impeachment elimina qualquer possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis este ano. "No meio desse processo, imagino que o governo não vai querer criar ainda mais indisposição", avaliou.