No dia seguinte ao anúncio da aceitação do pedido de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) pela Câmara dos Deputados, o mercado financeiro reagiu de forma surpreendente para analistas. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão em alta de 3,29%, aos 46.393 pontos. Na direção oposta, o dólar fechou em queda de 2,26% – maior variação negativa diária em um mês –, cotado a R$ 3,749.
Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a subir 4,93%. Entre as 63 empresas que compõem o índice, apenas sete recuaram ao longo do dia. Entre as maiores altas, estão as ações da Petrobras PN, com elevação de 7,05%, acompanhada dos papéis ordinários do Banco do Brasil (7,98%) e do Itaú Unibanco (5,83%). A maior alta foi da ação ordinária do BB Seguridade (8,43%). Com a retomada, o Ibovespa recupera as perdas acumuladas ao longo da semana. O índice abriu a semana somando 45.872, registrou três recuos consecutivos entre segunda e quarta e voltou a subir ontem. Com isso, a elevação é de 1,13%. Ao todo, R$ 7,86 bilhões foram negociados ontem.
Na abertura do mercado, o dólar comercial era cotado a R$ 3,818. Com a forte desvalorização, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 3,739, tendo fechado o dia a R$ 3,749. É a terceira queda consecutiva na cotação. No câmbio turismo, o impacto foi parecido. O dólar iniciou o pregão cotado a R$ 4,01. Ao longo do dia, chegou a ser vendido a R$ 3,89 e fechou a R$ 3,95, recuo de 1,5%. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caiu sobre 19. A divisa americana também perdeu força contra nove das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro, o iene, o franco suíço e a libra esterlina.
Além da questão relativa ao processo de impeachment da presidente Dilma, a aprovação no dia anterior do projeto que libera o déficit fiscal de R$ 119,9 bilhões neste ano também influenciou o comportamento do mercado. Com o aval do Congresso, o governo não terá que efetuar novo corte sobre o orçamento da União. A previsão era de corte de R$ 10,7 bilhões.
Surpresa O professor de finanças do Ibmec, Ricardo Couto, se diz surpreso com o efeito da decisão de aceitação do pedido de impeachment sobre o mercado financeiro. “Nos dias do boato sobre a saída do (ministro da Fazenda, Joaquim) Levy, houve reação com o nome do (Henrique) Meirelles muito parecido com que a gente vê hoje (ontem)”. A avaliação do professor é de que a percepção do mercado é que a possível saída da presidente Dilma acelere a possibilidade de melhora da economia. “Tínhamos um cenário em que a probabilidade de permanência no cargo era de 100%. Hoje é 99% para ela ficar e 1% para o (Michel) Temer“, afirma Couto. Segundo o professor, possíveis alterações nos rumos da presidência da República e no comando da Câmara são considerados fatos novos para o jogo político e isso pode ser visto como favorável para destravar a economia.
A avaliação de Couto é que com a possibilidade de cassação dos dois políticos são traçados quatro cenários: a saída de um ou de outro; de ambos e a permanência dos dois. Para ele, o pior cenário é a permanência dos dois sem diálogo entre eles. “Se eles conseguissem ter algum sincronismo, poderíamos até ter os dois lá. Sem isso, qualquer um dos outros três cenários pode trazer novidade política para favorecer a economia”, avalia, ressaltando que a longo prazo a tendência é que os números da Bovespa e do câmbio não mantenham a trajetória de ontem. E acrescenta: “a longo prazo, o impeachment é muito ruim, por causa da perda de credibilidade”. (Com agências)
Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a subir 4,93%. Entre as 63 empresas que compõem o índice, apenas sete recuaram ao longo do dia. Entre as maiores altas, estão as ações da Petrobras PN, com elevação de 7,05%, acompanhada dos papéis ordinários do Banco do Brasil (7,98%) e do Itaú Unibanco (5,83%). A maior alta foi da ação ordinária do BB Seguridade (8,43%). Com a retomada, o Ibovespa recupera as perdas acumuladas ao longo da semana. O índice abriu a semana somando 45.872, registrou três recuos consecutivos entre segunda e quarta e voltou a subir ontem. Com isso, a elevação é de 1,13%. Ao todo, R$ 7,86 bilhões foram negociados ontem.
Na abertura do mercado, o dólar comercial era cotado a R$ 3,818. Com a forte desvalorização, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 3,739, tendo fechado o dia a R$ 3,749. É a terceira queda consecutiva na cotação. No câmbio turismo, o impacto foi parecido. O dólar iniciou o pregão cotado a R$ 4,01. Ao longo do dia, chegou a ser vendido a R$ 3,89 e fechou a R$ 3,95, recuo de 1,5%. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caiu sobre 19. A divisa americana também perdeu força contra nove das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro, o iene, o franco suíço e a libra esterlina.
Além da questão relativa ao processo de impeachment da presidente Dilma, a aprovação no dia anterior do projeto que libera o déficit fiscal de R$ 119,9 bilhões neste ano também influenciou o comportamento do mercado. Com o aval do Congresso, o governo não terá que efetuar novo corte sobre o orçamento da União. A previsão era de corte de R$ 10,7 bilhões.
Surpresa O professor de finanças do Ibmec, Ricardo Couto, se diz surpreso com o efeito da decisão de aceitação do pedido de impeachment sobre o mercado financeiro. “Nos dias do boato sobre a saída do (ministro da Fazenda, Joaquim) Levy, houve reação com o nome do (Henrique) Meirelles muito parecido com que a gente vê hoje (ontem)”. A avaliação do professor é de que a percepção do mercado é que a possível saída da presidente Dilma acelere a possibilidade de melhora da economia. “Tínhamos um cenário em que a probabilidade de permanência no cargo era de 100%. Hoje é 99% para ela ficar e 1% para o (Michel) Temer“, afirma Couto. Segundo o professor, possíveis alterações nos rumos da presidência da República e no comando da Câmara são considerados fatos novos para o jogo político e isso pode ser visto como favorável para destravar a economia.
A avaliação de Couto é que com a possibilidade de cassação dos dois políticos são traçados quatro cenários: a saída de um ou de outro; de ambos e a permanência dos dois. Para ele, o pior cenário é a permanência dos dois sem diálogo entre eles. “Se eles conseguissem ter algum sincronismo, poderíamos até ter os dois lá. Sem isso, qualquer um dos outros três cenários pode trazer novidade política para favorecer a economia”, avalia, ressaltando que a longo prazo a tendência é que os números da Bovespa e do câmbio não mantenham a trajetória de ontem. E acrescenta: “a longo prazo, o impeachment é muito ruim, por causa da perda de credibilidade”. (Com agências)