Brasília, 09 - O fluxo cambial subiu de US$ 11,750 bilhões no acumulado do ano até o dia 27 de novembro para US$ 11,899 bilhões em 2015 até o dia 4 de dezembro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Banco Central. No mesmo período de 2014, o fluxo cambial estava positivo em US$ 4,298 bilhões.
No acumulado de 2015, houve saídas líquidas de US$ 8,023 bilhões da área financeira, que reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Neste segmento, foram registrados ingressos de US$ 482,017 bilhões e envios de US$ 490,040 bilhões no período.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 19,922 bilhões no período em questão, com importações de US$ 146,716 bilhões e exportações de US$ 166,638 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 32,782 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 41,125 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 92,732 bilhões em outras operações.
Novembro
Após ter registrado um saldo negativo de US$ 3,5 bilhões em outubro, o fluxo cambial fechado de novembro teve entradas líquidas US$ 3,895 bilhões maiores do que as saídas do período. Este é o quarto maior volume de ingressos do ano. O recorde foi visto em abril (US$ 13,107 bilhões) e somas robustas foram registradas também em agosto (US$ 4,111 bilhões) e janeiro (US$ 3,903 bilhões).
O ingresso de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 2,705 bilhões no mês, resultado de entradas no valor de US$ 37,871 bilhões e de envios no total de US$ 35,166 bilhões. Ao longo de todo o ano passado, a área financeira foi a principal porta de saída de recursos do País, somando US$ 13,4 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 1,190 bilhão em novembro, com importações de US$ 10,560 bilhões e exportações de US$ 11,751 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,363 bilhões em ACC, US$ 3,144 bilhões em PA e US$ 6,244 bilhões em outras entradas.
Dezembro
Em dezembro até o dia 4, o fluxo cambial está positivo em US$ 339 milhões, com saídas de US$ 1,222 bilhão do setor financeiro (US$ 8,788 bilhões de ingressos contra US$ 10,010 bilhões de envios) e entradas de US$ 1,560 bilhão da área comercial. Nesse segmento, as importações somaram US$ 2,149 bilhões no período e as exportações, US$ 3,710 bilhões. Dentro das exportações estão US$ 670 milhões de ACC, US$ 1,930 bilhão de PA e US$ 1,110 bilhão de outras operações
Semana
O fluxo cambial da semana de 30 de novembro a 4 de dezembro ficou positivo em US$ 149 milhões, conforme o Banco Central. A saída de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 2,261 bilhões na semana, resultado de entradas no valor de US$ 11,530 bilhões e de envios no total de US$ 13,791 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 2,410 bilhões de 30 de novembro a 4 de dezembro, com importações de US$ 2,353 bilhões e exportações de US$ 4,763 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 937 milhões em ACC, US$ 2,248 bilhões em PA e US$ 1,578 bilhão em outras entradas.
Reservas
O BC também informou que obteve uma perda de rentabilidade com a administração das reservas internacionais de R$ 11,605 bilhões em novembro. Nos primeiros quatro dias de dezembro, o resultado está negativo para a instituição em R$ 32,164 bilhões. Entram nesse cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.
No ano até o dia 4, o lucro da instituição com as reservas caiu para R$ 393,133 bilhões. O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou negativo em R$ 21,674 bilhões em novembro e apresentou prejuízo para a instituição de R$ 25,393 nos primeiros dias deste mês. No ano até o dia 4 de dezembro, o saldo segue positivo em R$ 231,580 bilhões.
Com isso, para o BC, o resultado das operações cambiais ficou no vermelho em R$ 20,736 bilhões em novembro e em R$ 10,783 bilhões no início de dezembro. Em outubro, as perdas somaram R$ 30,437 bilhões. Em setembro, havia ficado no azul em R$ 66,595 bilhões. No ano até a sexta-feira passada, essa soma está positiva em R$ 147,766 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, a autarquia não visa ao lucro, mas fornecer hegde ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
Bancos
Os bancos mantiveram a posição vendida em câmbio em outubro pelo 28º mês consecutivo, de acordo com o BC. A quantia nessa posição no mês passado, no entanto, diminuiu para US$ 18,297 bilhões ante US$ 21,477 bilhões de outubro. Em setembro, essa posição vendida somava US$ 17,833 bilhões.
Em março, o valor foi de US$ 23,830 bilhões e, em abril, por conta do forte fluxo positivo, o volume da posição vendida dos bancos foi reduzida drasticamente, para US$ 10,528 bilhões - desde dezembro do ano passado, essa posição estava na casa dos US$ 20 bilhões. Em maio, a posição ficou em US$ 12,846 bilhões e, em agosto, de US$ 17,595 bilhões.
Em dezembro do ano passado foi registrado o maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 1994 nessa posição, de US$ 28,261 bilhões. Em janeiro deste ano, a posição vendida dos bancos foi de US$ 24,424 bilhões e, em fevereiro, de US$ 25,868 bilhões, a maior do ano até agora.
No jargão financeiro, estar "comprado" significa, na maioria das vezes, que o mercado fez hedge de passivo cambial. A posição também pode estar atrelada à expectativa de que a cotação do dólar vai subir porque, ao ter a moeda em caixa, é possível lucrar com uma eventual alta das cotações.
Já "estar vendido" representa previsão de queda da cotação da moeda ou que se acredita que os juros internos serão mais elevados do que a valorização do dólar em determinado período. Para se ter uma referência, a taxa básica Selic está atualmente em 14,25% ao ano.