A temporada de festas e férias é sinônimo de atenção redobrada para muitas pessoas que pretendem viajar e não querem ter dor de cabeça durante nem depois da viagem. É nesse contexto que a demanda por seguros de viagens e residenciais aumentam nesta época. De acordo com especialistas, nos últimos anos, a população está mais consciente sobre a importância de viajar segurado e deixar a casa também sob cuidados o ano todo. Tanto é que as empresas que oferecem esses dois tipos de serviços, mesmo diante da retração na economia, estão registrando crescimento na ordem de 5% este ano, em relação a 2014. Esse desempenho deixa o setor otimista para 2016.
Não tão conhecido como o seguro de carros, o residencial vem ganhando mais clientes. De acordo com o presidente da Comissão de Relacionamento com o Mercado, do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Sérgio Peroni, nesta época do ano cresce a procura pelo serviço, principalmente, por planos adicionais, que cobrem roubos, por exemplo.
O crescimento do setor neste ano, na visão de Peroni, se deve à divulgação cada vez maior do serviço e da consciência da população. “Para se ter uma ideia, considerando o ano de 2014, as seguradoras tiveram um aumento de 20% nos prêmios arrecadados, ou seja, o segurado está procurando contratar planos que lhe são necessários”, comenta. Em Minas, segundo Peroni, pelo menos 20 das principais seguradoras oferecem o serviço para as residências.
Mário Almeida, gerente de marketing de produtos da área de residência da Mondial, destaca que, nos serviços adicionais, há consertos de eletrodomésticos, troca de telhas e até cobertura relacionadas à saúde do segurado. “A cultura do brasileiro tem se consolidado para a proteção dos bens. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), as vendas de seguros correspondiam a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e, hoje, já representa 5%”, afirma.
VIAGEM
Segundo o diretor comercial da April, Agnaldo Abrahão, mesmo em tempos de retração na economia, o brasileiro não deixa de viajar. “E a procura por seguros está aflorando cada vez mais no país. A pessoa busca os destinos, vistos, documentos e se depara com o seguro viagem”, comenta Agnaldo, dizendo que países da Europa, e também em Cuba e Venezuela, o serviço é obrigatório para o viajante. “Mas os brasileiros já perceberam que essa segurança é fundamental para qualquer destino, seja internacional ou não, obrigatório ou não”, diz. Agnaldo cita como exemplo os Estados Unidos, onde, segundo ele, o seguro viagem não é obrigatório. “Mas lá, uma assistência médica, em que a pessoa precisa ficar internada, sem intervenção cirúrgica, por uma semana, não sai por menos de US$ 30 mil”, cita.
Para uma viagem internacional, o ticket médio de um seguro sai em torno de US$ 60, já para o deslocamento no país, o custo é diferente, e para uma viagem de 10 dias, o seguro sai em média R$ 15 a R$ 20. “O percentual do valor do seguro em relação à viagem é muito baixo”, compara Agnaldo, dizendo que na April há planos com cobertura para gastos de US$ 12 mil a US$ 350 mil. São vários os benefícios com o seguro, sendo o principal, a cobertura médico-hospitalar e odontológica.
Confiança
De acordo com dados da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor), em novembro, o Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras (ICES) teve alta, pelo segundo mês consecutivo, passando para 71,6, uma variação positiva de 10,2% em relação ao valor de outubro (65,0). O percentual calculado ainda é inferior ao apurado há 12 meses (84,3), mas mostra que as seguradoras estão mais otimistas em relação a rentabilidade e ao faturamento, além da expectativa do mercado. O estudo revela ainda que 69% e 53% das empresas acreditam que o panorama melhorou e que não haverá piora, respectivamente.