Na expectativa de estimular o segmento de veículos elétricos no Brasil e, com isso, criar um novo mercado consumidor, a CPFL firmou parceria com a CCR AutoBAn e com a Rede Graal para estruturar uma espécie de "corredor intermunicipal" elétrico no estado de São Paulo. A rota ligará a capital paulista a Campinas onde fica a sede da CPFL, e será equipada com o primeiro eletroposto rodoviário construído no Brasil. O abastecimento de veículos elétricos poderá ser feito gratuitamente em um posto da Graal localizado na altura de Jundiaí, na Anhanguera, rodovia administrada pela AutoBAn.
O corredor elétrico faz parte do Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia, um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que receberá investimento de R$ 21,2 milhões até 2018. O incentivo ao mercado de veículos elétricos também contou com a construção de outros eletropostos, entre unidades públicas e privadas. Há quatro unidades em operação instaladas na própria CPFL e em empresas parceiras. Outras duas unidades, ambas localizadas em Campinas, são públicas.
O projeto que une CPFL, CCR e Graal é uma nova etapa dessa iniciativa, agora em direção ao mercado consumidor da capital paulista, e um novo incentivo ao desenvolvimento do mercado de veículos elétricos no Brasil. Em outubro passado, o governo federal reduziu a zero o imposto de importação para carros elétricos e a hidrogênio. Esses modelos pagavam, até então, 35% de alíquota de importação.
"A CPFL Energia foi responsável pela instalação de toda infraestrutura do eletroposto rápido, que inclui um transformador de baixa tensão, o carregador e o cabeamento necessário para o funcionamento dos equipamentos. A Rede Graal assumirá as despesas com o consumo de energia", destacou a CPFL em nota. As atividades do eletroposto deveriam ter sido iniciadas em agosto, porém o cronograma foi alterado.
De acordo com as empresas, o veículo poderá ter 80% de sua bateria carregada em meia hora, o que mostra que a tecnologia ainda tem particularidades importantes quando comparada aos veículos tradicionais, abastecidos com gasolina, etanol ou diesel.
Outro problema é a ainda quase incipiente rede de abastecimento. Para amenizar esse problema, a CPFL estuda a possibilidade de desenvolver outros eletropostos em novos endereços da rede Graal caso de uma unidade localizada na Bandeirantes. Até 2018, a CPFL planeja viabilizar a instalação de 31 eletropostos.
"O projeto também irá permitir que a companhia avance em um modelo de negócio para a mobilidade elétrica, considerando que os eletropostos também serão utilizados por clientes de fora da área de concessão da companhia", afirmou em nota o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, Rafael Lazzaretti.