A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira o grau de investimento do Brasil. A instituição rebaixou o rating do nível BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento reflete a depressão mais profunda da economia que o antecipado e também acontecimentos fiscais adversos e crescente incerteza política. Em setembro, a Standard & Poor’s já havia rebaixado o País. Como muitos fundos de investimentos internacionais só fazem aplicações em países que tenham o aval de bom pagador de pelo menos duas agências, o risco é haver saída de dólares do País.
De acordo com a Fitch, o ambiente externo segue difícil, com queda das commodities e desaceleração na China.
A agência de classificação de risco destacou também que repetidas mudanças nas metas fiscais minaram a credibilidade da política fiscal e que o início do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, amplia incertezas políticas.
Fitch prevê que o déficit fiscal pode chegar a ultrapassar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Segundo a agência, o déficit fiscal deve permanecer elevado em 2016 e 2017, em média acima de 7% do PIB.
TERCEIRA AGÊNCIA A agência de classificação de risco Moody’s também já colocou a nota do Brasil em revisão para rebaixamento. Hoje, a nota está no nível Baa3, último degrau do grau de investimento, considerado referência de bom pagador para o mercado. Em até três meses, a Moody’s decidirá se rebaixa o Brasil para o grau especulativo.
Segundo a agência, a revisão se deve à rápida deterioração da economia e das tendências das contas públicas, além da reduzida chance de reversão desses problemas nos próximos dois a três anos. Em comunicado, a Moody’s citou a paralisia política como um dos entraves à melhora da economia.
Caso o rebaixamento seja confirmado, a Moody’s será a segunda das três grandes agências de classificação de risco a tirar do Brasil o grau de investimento - a Standard & Poor’s já havia rebaixado o País em setembro. .