Brasília, 18 - O Planalto anunciou nesta tarde de sexta-feira, 18, por meio de nota, que o ministro Nelson Barbosa será o novo titular do Ministério da Fazenda, em substituição a Joaquim Levy. Para a pasta do Planejamento foi nomeado Valdir Simão, que ocupava o cargo de ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU). Em seu lugar, assume interinamente Carlos Higino Ribeiro de Alencar.
A presidente agradeceu "a dedicação" de Levy e disse que ele "teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica". Dilma desejou "muito sucesso nos seus desafios futuros".
A saída de Levy já estava sendo cogitada há tempos, mas foi antecipada após declarações do ministro com críticas ao governo e que reforçavam sua vontade de deixar o cargo. "O ministro Levy já até se despediu no Conselho, ele que está antecipando essa substituição", afirmou uma fonte ligada à presidente hoje pela manhã.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por diversas vezes Levy referiu-se ao "final do ano legislativo", como se isso marcasse o fim de sua missão no governo. E sobre a dificuldade de Dilma encontrar um nome para substituí-lo, foi sucinto. "Sempre se encontra um sucessor", disse. "Meu caminho é de paz interior. Estou tranquilo."
Segundo interlocutores, Dilma procurou uma "solução caseira" e Barbosa foi escolhido pela proximidade com a presidente e pelo fato de que "ele já tem os números na cabeça" e conhece a situação atual.
A decisão da presidente Dilma de dar o aval para que a meta fiscal de 2016 fosse reduzida significou uma derrota para Levy, que defendia a todo custo a manutenção da meta em 0,7% do PIB (R$ 43,8 bilhões). O parâmetro aprovado no Congresso é de 0,5% do PIB.
Para a Fazenda, também haviam sido cotados os ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que seria a "ponte necessária" com o empresariado. E Jaques Wagner (Casa Civil), que teria um perfil político com interlocução no Congresso. Barbosa foi o escolhido.