A soma do valor das empresas listadas no índice Ibovespa caiu 12% no acumulado deste ano, para R$ 1,86 trilhão na última sexta-feira. Situações particularmente ruins enfrentadas em determinados setores fizeram com que algumas empresas do setor aéreo, de mineração e aço, e de energia registrassem desvalorização ainda maior que a média. A Gol foi a empresa brasileira que mais perdeu valor de mercado em 2015, com uma desvalorização de 76%, de acordo com dados da Economática.
Única aérea listada na bolsa brasileira, a Gol sofre pressões de investidores em meio ao cenário mais adverso para a aviação brasileira nos últimos dez anos. Com cerca de 60% dos custos atrelados ao dólar, como leasing de aeronaves e querosene de aviação, a empresa sofreu um choque de custos com a valorização da moeda americana neste ano, que disparou quase 50%. O resultado foi um prejuízo líquido acumulado de R$ 3,16 bilhões entre janeiro e setembro de 2015.
A segunda maior queda foi registrada pela Bradespar, braço de participação do Bradesco. De acordo com o economista-chefe da Austin Ratin, Alex Agostini, a forte exposição à Vale, empresa da qual é acionista, justifica as perdas. “O setor de mineração não vai bem e a empresa deve arcar com prejuízos por ser acionista da Samarco (empresa responsável por derramar detritos em um acidente ambiental em Mariana (MG)”.
Segundo Agostini, a desaceleração da China torna ainda mais grave a situação das mineradoras e siderúrgicas, justificando a presença de Gerdau e Usiminas na lista das empresas que mais se desvalorizaram em 2015. A Medida Provisória 579, que trata d a renovação das concessões das geradoras, foi um desafio adicional para empresas de energia, como Cesp e Cemig. As duas geradoras tiveram de devolver algumas de suas principais usinas para a União. A empresa paulista perdeu dois terços de sua capacidade de geração neste ano e a Cemig deve perder 45%.
Pressão
O cenário adverso de alta no desemprego, por sua vez, torna mais difícil para as administradoras de planos de saúde, como a Qualicorp, aumentarem sua base de usuários em 2016, avalia o analista do Itaú BBA em relatório de dezembro. Além da recessão econômica, a ação da Qualicorp foi pressionada por notícias relacionadas à Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro.
O ano também não foi fácil para as companhias de educação. Desde que o governo deu amostras de que vai alterar pagamentos e reduzir os contratos do Fies, todas as empresas passaram a ser castigadas pelos investidores. A notícia aumenta as incertezas sobre os pagamentos do Fies para 2016.
Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos, afirma que essa decisão do governo indica que o financiamento estudantil ainda pode ser afetado pelo ajuste fiscal do governo. Esse cenário colocou a carioca Estácio na lista das empresas que mais de desvalorizaram em 2015.
Procuradas, as empresas não comentaram o desempenho negativo na Bolsa.
Única aérea listada na bolsa brasileira, a Gol sofre pressões de investidores em meio ao cenário mais adverso para a aviação brasileira nos últimos dez anos. Com cerca de 60% dos custos atrelados ao dólar, como leasing de aeronaves e querosene de aviação, a empresa sofreu um choque de custos com a valorização da moeda americana neste ano, que disparou quase 50%. O resultado foi um prejuízo líquido acumulado de R$ 3,16 bilhões entre janeiro e setembro de 2015.
A segunda maior queda foi registrada pela Bradespar, braço de participação do Bradesco. De acordo com o economista-chefe da Austin Ratin, Alex Agostini, a forte exposição à Vale, empresa da qual é acionista, justifica as perdas. “O setor de mineração não vai bem e a empresa deve arcar com prejuízos por ser acionista da Samarco (empresa responsável por derramar detritos em um acidente ambiental em Mariana (MG)”.
Segundo Agostini, a desaceleração da China torna ainda mais grave a situação das mineradoras e siderúrgicas, justificando a presença de Gerdau e Usiminas na lista das empresas que mais se desvalorizaram em 2015. A Medida Provisória 579, que trata d a renovação das concessões das geradoras, foi um desafio adicional para empresas de energia, como Cesp e Cemig. As duas geradoras tiveram de devolver algumas de suas principais usinas para a União. A empresa paulista perdeu dois terços de sua capacidade de geração neste ano e a Cemig deve perder 45%.
Pressão
O cenário adverso de alta no desemprego, por sua vez, torna mais difícil para as administradoras de planos de saúde, como a Qualicorp, aumentarem sua base de usuários em 2016, avalia o analista do Itaú BBA em relatório de dezembro. Além da recessão econômica, a ação da Qualicorp foi pressionada por notícias relacionadas à Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro.
O ano também não foi fácil para as companhias de educação. Desde que o governo deu amostras de que vai alterar pagamentos e reduzir os contratos do Fies, todas as empresas passaram a ser castigadas pelos investidores. A notícia aumenta as incertezas sobre os pagamentos do Fies para 2016.
Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos, afirma que essa decisão do governo indica que o financiamento estudantil ainda pode ser afetado pelo ajuste fiscal do governo. Esse cenário colocou a carioca Estácio na lista das empresas que mais de desvalorizaram em 2015.
Procuradas, as empresas não comentaram o desempenho negativo na Bolsa.