Com o resultado do IBC-Br de outubro em mãos, um pouco pior do que o previsto, analistas do mercado financeiro revisaram mais uma vez suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 e 2016 para baixo. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 21, pelo Banco Central, perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,67% para 2,8%. Há um mês, a mediana das projeções estava em 2,01%.
Para 2015, a previsão de contração do PIB saiu de 3,62% para 3,7% - um mês antes estava em queda de 3,15%. No Relatório Trimestral de Inflação de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada depois de amanhã.
Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2015 permaneceu em -7,70% - um mês antes estava em -7,50%. Para 2016, o tombo também ficou estável em -3,45%. Há quatro semanas, estava em -2,00%. No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção foi mantida em 35,50%, mesmo porcentual também visto quatro edições antes. Para 2016, a taxa foi passou de 40,40% para 4,20% - um mês antes estava em 40,00%.
Superávit comercial
O Relatório de Mercado Focus revelou manutenção das estimativas dos analistas para a balança comercial de 2015, mas elevação na de 2016. Pelos cálculos dos analistas, o saldo ficará no azul em US$ 15 bilhões este ano, como já previa na semana passada. Quatro boletins atrás, estava em US$ 14,95 bilhões. O ponto central da pesquisa de 2016 subiu de US$ 31,44 bilhões para US$ 33,00 bilhões - quatro edições atrás do documento, estava em US$ 31,78 bilhões.
Já as previsões de déficit para a conta corrente de 2015 permaneceram em US$ 64,40 bilhões para US$ 64,00 bilhões - um mês antes estava em US$ 64,35 bilhões. Para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi alterada de US$ 39,52 bilhões para US$ 38,50 bilhões - um mês antes estava em US$ 39,10 bilhões.
Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 62,40 bilhões para US$ 63,00 bilhões para 2015. Um mês atrás, estava em US$ 62,80 bilhões. Para 2016, permaneceu em US$ 55 bilhões de um levantamento para o outro. Quatro semanas atrás, estava em US$ 59 bilhões.
Inflação
Mesmo com a aproximação do fim do ano, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 subiu mais um degrau no Relatório de Mercado Focus. Agora, a taxa está em 6,87% ante 6,80% da semana passada e de 6,64% de quatro semanas atrás. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 21, pelo Banco Central, que já avisou não focar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta. A mediana das previsões para 2017 é atualizada pela instituição a partir das 9 horas.
No caso de 2015, a mediana avançou de 10,61% para 10,7%, registrando a 14a semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. Há quatro edições do documento, a mediana estava em 10,33%. No Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa passou de 10,72% para 10,77%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 10,53%. Para 2016, o grupo dos analistas que costumam acertar mais as estimativas, elevou a perspectiva para o IPCA de 7,21% para 7,28%. Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 6,98%.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência. Um novo RTI será divulgado depois de amanhã.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para dezembro subiu de 0,90% para 0,98% de uma semana para outra ante taxa de 0,82% verificada há um mês. No caso de janeiro do ano que vem, a taxa permaneceu em 0,84% de uma semana para outra.
Quatro semanas atrás estava em 0,82%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente voltaram a subir, passando de 7,01% para 7,04% - quatro edições atrás estavam em 7,13%.