Na contramão de outros setores, que sofrem com a recessão na economia, o mercado segurador permanece entre as atividades mais resilientes à crise que assola o país. A conclusão é da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Cnseg). De acordo com o órgão, no acumulado dos últimos cinco anos encerrados em setembro, as provisões (passivo contabilizado pelas seguradoras e resseguradoras para refletir o custo estimado de pagamentos de indenização, benefícios e despesas correlatas) do setor somaram R$ 653,2 bilhões, alta de 95,8% no período; e seus ativos, R$ 852,3% bilhões, expansão de 75,1%, contra uma inflação acumulada de 30,3% no período. Este ano, em Minas, o crescimento do segmento deve ser de 10% em relação ao ano passado
O mercado, de acordo com a Cnseg, estará entre os poucos setores econômicos que vão apresentar uma taxa de crescimento real neste ano, quando a previsão de queda do PIB deverá chegar a 3,6%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, e a inflação estimada superar 10%. “Os números não são muito brilhantes, mas permanecem positivos”, destacou, durante o encontro promovido pela Cnseg na semana passada, o presidente da Cnseg, Jayme Garkinfel, para quem o mercado consolidado (seguros gerais, previdência, capitalização e saúde suplementar) fechará o ano com crescimento nominal de receita de 11%.
No acumulado no ano até setembro, a taxa de crescimento nominal foi de 12,5%, atingindo R$ 265, 7 bilhões. A maior participação da receita cabe ao mercado de saúde suplementar, com R$ 106,3 bilhões (alta de 12,9%); coberturas pessoais (vida e previdência), com R$ 91,5 bilhões (alta de 19,5%); seguros gerais, com R$ 52,2 bilhões (alta de 5,6%); e capitalização, com R$ 15,7 bilhões (decréscimo de 2,1%).
Os números esperados em 2016 devem ser parecidos com os apresentados em 2015. Em ramos elementares, a Cnseg projeta crescimento de 5,2%, repetindo a taxa deste ano; nos seguros pessoais, 13%; em capitalização, avanço de 4%; e em saúde suplementar, a estimativa é de crescimento de 11,4%. Consolidada, a expansão de 2016 deve alcançar 10,3%.
Este ano, segundo Garcia, houve uma desaceleração. “O mercado em Minas crescia em média 15% ao ano e devemos fechar 2015, com uma alta de 10% em relação ao ano passado”, comenta. Garcia explica que o crescimento em meio à crise econômica se deve, principalmente, ao medo da perda. “Neste momento, muitas pessoas, sem condições de comprar um veículo novo, por exemplo, temem perder o que já têm e, por isso, investem em seguro”, diz, reconhecendo que ainda há uma demanda reprimida para o serviço. “Somente 30% dos automotivos e 10% das residências são seguradas”, diz. A expectativa da entidade é de que, em 2016, o crescimento seja o mesmo deste ano.
AVANÇOS
Veja os principais segmentos que registraram alta este ano no mercado de seguros:
- Saúde suplementar com R$ 106,3 bilhões (alta de 12,9%)
- Coberturas pessoais (vida e previdência), com 91,5 bilhões (alta de 19,5%)
- Seguros gerais, com R$ 52,2 bilhões (alta de 5,6%)