Brasília, 29 - Com base em parâmetros da Lei Orçamentária Anual (LOA) e de mercado, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, apresentou nesta terça-feira, 29, as projeções para o comportamento das dívidas líquida e bruta, das despesas com juros e do déficit nominal em 2015 e 2016.
Considerando o resultado primário na Lei Orçamentária de 2015, de -2% do Produto Interno Bruto (PIB), o técnico prevê que a dívida líquida vai fechar o ano em 36,1% do PIB, enquanto a dívida bruta ficaria em 66,9% do PIB. Nesse cenário, as despesas com juros ficariam em 8,2% do PIB neste ano e o déficit nominal, em 10,2% do PIB.
Já com o parâmetro de mercado, que conta com um déficit de 1,3%, 2015 seria encerrado com uma dívida líquida de 35,4% do PIB, dívida bruta de 66,2% do PIB, despesas de juros em 8,2% do PIB e déficit nominal de 9,5% do PIB.
Para 2016, considerando a Lei Orçamentária de 2016, com superávit primário de 0,5% do PIB, o BC calcula que a dívida líquida iria a 38,6% do PIB, a dívida bruta a 70,7% do PIB, as despesas com juros em 6,4% do PIB e o déficit nominal em 5,9% do PIB.
Já com o parâmetro de mercado, que espera um déficit de 1% no PIB do ano que vem, Maciel informou que 2016 terminaria com dívida líquida de 39,4% do PIB, dívida bruta de 71,5% do PIB, despesa de juros de 6,4% do PIB e déficit nominal de 7,4% do PIB.
Juros
Um pouco antes, Maciel, disse que boa parte do gasto com juros no ano decorrem da variação cambial. Segundo ele, a variação implica em maior volume das despesas desse tipo devido às operações de swap cambial.
Ao mesmo tempo, Maciel explicou que a valorização do dólar traz uma queda na dívida, já que gera ganhos nas reservas internacionais. "A desvalorização implicou em rentabilidade das reservas internacionais de R$ 443,7 bilhões no ano", afirmou.