Brasília – O Brasil está na lista dos 10 maiores riscos para a economia internacional em 2016 na oitava colocação, revela a consultoria Eurasia, um dos maiores grupos do mundo em análise de risco político. A possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, as revelações da Operação Lava-Jato e o aprofundamento da crise econômica são apontados como os principais motivos que colocam o país no incômodo ranking.
“A presidente Dilma Rousseff está lutando por sua sobrevivência política e a crise política e econômica deve piorar em 2016”, disse a Eurasia, em relatório divulgado ontem. “A batalha sobre o impeachment não deve colocar fim ao impasse político atual. Se Dilma permanecer, seu governo não ganhará a força política necessária para avançar nas reformas econômicas. Se cair, o governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer não fará muito melhor”, avaliou.
A consultoria também afirmou que a presidente vai continuar vulnerável ao caso de corrupção na Petrobras, com possíveis novas evidências de irregularidades dentro do PT. Na avaliação do grupo, se Dilma continuar no poder, ficará cada vez mais dependente dos radicais de seu partido, em conflito com o Congresso, o que deve agravar a “paralisia política”.
Para a Eurasia, a forma “mais limpa” de sair da crise política está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral, que avalia suspeitas de fraude nas eleições presidenciais de 2014. “Se a corte encontrar evidências de financiamento ilegal de campanha, pode convocar eleições em 90 dias e tal resultado teria o benefício de colocar um novo presidente eleito com nova legitimidade política”, acrescentou a consultoria, que, no entanto, não aposta nesse cenário e completa: “2016 será caracterizado por um aprofundamento da crise no Brasil”.
A lista é liderada pela fragilidade da aliança entre EUA e União Europeia. Em segundo lugar, está o risco de fechamento das fronteiras da Europa diante do fluxo de refugiados e da ameaça terrorista. O impacto da desaceleração na China vem na terceira posição, seguido pela ameaça terrorista do Estado Islâmico.
A quinta posição é da Arábia Saudita, diante da desestabilização interna. No sexto lugar, a consultoria aponta para o surgimento de magnatas do setor da tecnologia como atores políticos, capazes de influenciar decisões internacionais. A sétima colocação é a do fortalecimento de “líderes imprevisíveis”, como Vladimir Putin, da Rússia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia. A falta de eleições livres em muitos países emergentes é o nono risco do ranking que é completado com a situação política na Turqui